O Campo Delas, do Portal iG, entrevistou uma das melhores jogadoras do atual Campeonato Mineiro Feminino. Tímida fora de campo, Amália extravasa dentro das quatro linhas. Com seu cabelo solto e uma velocidade rara, a atacante, nascida em Fortaleza, de 23 anos, deixa bem para trás as adversárias.
Mesmo as defensoras de times grandes, que pertencem à primeira divisão do Campeonato Brasileiro Feminino, como América-MG e Cruzeiro. Assim, ela marcou dois gols contra as Spartanas na semifinal do estadual. E um contra as Cabulosas, na fase classificatória.
Portanto, neste bate papo, a “Foguetinho”, como é conhecida por causa da explosão física, abriu o jogo à nossa reportagem.

Início da carreira
1 – Gostaria de saber, por gentileza, como foi sua trajetória até se tornar uma jogadora profissional. Jogava desde a infância? Onde, em campos lá de Fortaleza, sua cidade natal?
Não considero a minha trajetória no futebol tão difícil, até porque os meus pais sempre me apoiaram a jogar futebol. E seguem assim até hoje. Isso me ajudou muito a seguir esse sonho de ser jogadora. Desde criança que eu jogo bola, sempre gostei. Comecei a jogar em um campo perto da minha da minha casa. Os meninos chegavam da escola e iam direto para o campo.
2 – Você se profissionalizou no Ceará e, anos depois, recebeu o convite para jogar no Galo? Lembra-se de o que sentiu ao receber esse convite?
Comecei a me destacar na base do Ceará e consegui me profissionalizar lá. Até que veio a proposta do Galo. Me senti muito feliz por ter esse reconhecimento, de ter sido vista. Quando surgiu essa oportunidade de defender o Galo, não pensei duas vezes.
3 – Ficou um pouco assustada de mudar de cidade, de estado, ficar longe da família, ou levou numa boa?
Como eu nunca tinha saído da minha cidade, ir para outro lugar desconhecido me trouxe alguns obstáculos. Confesso que sofri um pouco. Antes, eu jogava no time da minha cidade, eu treinava e voltava para casa, para perto dos meus amigos e familiares. Eu nunca tinha ficado longe da minha família. Mas, aqui no Atlético, coloquei na minha cabeça que eu iria superar qualquer dificuldade, encarei a realidade. Hoje, estou mais adaptada e tranquila no clube.
4 – Quem acompanha as Vingadoras nota facilmente que você é uma atacante de velocidade. É sua principal característica?
Sim, acho que todo jogo todo mundo fala sobre a minha velocidade, sempre brincam e elogiam. Também comentam sobre o fato de eu jogar de cabelo solto, o que não é tão comum assim no Futebol Feminino. Eu não sei explicar o motivo, é algo que está dentro de mim, faz parte da minha característica, tanto o cabelo solto quanto a minha velocidade.
Gols em clássicos

5 – Você marcou gols contra Cruzeiro e América neste Mineiro. Clássico é contigo? Esses jogos são especiais pra você?
Para mim é muito especial marcar um gol contra os nossos principais rivais no Campeonato Mineiro. São clubes que estão na Série A1, para onde voltamos e teremos novos duelos no ano que vem. Eu valorizo a parte coletiva da equipe, fico feliz de poder contribuir para que as Vingadoras vençam e conquistem os objetivos, seja fazendo gols, dando assistências, ou contribuindo de outras formas de acordo com o que é planejado e solicitado pela nossa comissão técnica.
6 – Tem alguma jogadora que você se espelha? Quem é sua referência no Futebol Feminino?
Eu tenho muita admiração pela Ludmila, da Seleção Brasileira.

Eu me inspiro no estilo de jogo dela, até porque ela é velocista, tem essa facilidade de correr bastante. Me espelho nela.
Apelido “Foguetinho”
7 – No time masculino do Galo houve um atacante chamado Euller que, de tão rápido, ganhou o apelido de “Filho do Vento”.
Reprodução: redes sociais
Você tem algum apelido curioso, principalmente por causa da sua velocidade? As suas companheiras sabem que, se lançarem a boa, você vai chegar na frente das defensoras?
Eu tenho vários apelidos. Mas o que mais me chamam é de “Foguetinho”.
8 – Por fim, o Galo goleou o América por 4 a 0. Dá pra dizer que as Vingadoras estão na final?
Jamais podemos considerar que uma disputa está decidida antes do apito final. Ou seja, acredito que será um duelo em outro contexto. Estamos muito focadas nessa partida que vale a vaga na decisão. Fizemos um grande jogo e um grande resultado no jogo de ida, contra uma equipe qualificada. Portanto, temos que ter a inteligência, se comunicar bem em campo, jogar de acordo com o plano de jogo, ter bastante concentração. Trabalhamos muito bem nessa semana e estamos preparados para esse partida. Queremos voltar a estar na final do Campeonato Mineiro e, quem sabe, conquistar um título que iria coroar todo o trabalho realizado nesta temporada.


