A menstruação sempre foi um tema cercado de estigmas no esporte feminino, porém a relação entre Futebol Feminino e menstruação ainda é pouco discutida nos clubes e nos campos. Além disso, pesquisas recentes mostram que seis em cada dez meninas deixam de praticar atividades físicas por medo de vazamentos. Além disso, 65% das atletas adultas apontam essa preocupação como principal obstáculo durante treinos e partidas, revelando a urgência de mudanças estruturais e culturais no futebol feminino.
Clubes ingleses na vanguarda
Na Inglaterra, clubes da elite do futebol feminino têm liderado a revolução contra esse tabu. O Chelsea, por exemplo, se destacou ao adaptar treinos e dietas de acordo com as fases do ciclo menstrual de suas atletas. Utilizando um aplicativo desenvolvido pela pesquisadora Georgie Bruinvels, as jogadoras registram seus ciclos, permitindo ajustes personalizados de carga física, nutrição e recuperação.
Além das mudanças internas, o clube lançou a campanha “We Don’t Bleed Blue. We Bleed. Period.”, em parceria com a marca menstrual Flo. A ação busca desmistificar o estigma das manchas, incentivando o diálogo aberto sobre menstruação dentro e fora dos campos.
Inovação também nos uniformes
Outros clubes ingleses seguem o exemplo. O Arsenal, conhecido como Gunners, criou campanhas publicitárias que mostram que manchas menstruais, assim como lama ou suor, são sinais de esforço e dedicação. Já o West Ham desenvolveu, em parceria com a marca Modibodi, o primeiro uniforme menstrual do futebol feminino, resistente a vazamentos e confortável para treinos e jogos. O produto também foi disponibilizado para torcedoras, reforçando a inclusão e a normalização do tema.
Impacto na performance e na confiança
Essas iniciativas vão além do aspecto físico. Ao oferecer suporte e informações adequadas sobre o ciclo menstrual, os clubes promovem saúde, bem-estar e confiança às jogadoras. O resultado é um ambiente esportivo mais inclusivo, seguro e preparado para acolher atletas em todas as fases do mês.
Um futuro mais inclusivo
A revolução menstrual no futebol feminino inglês serve como exemplo global. Ao quebrar tabus, adaptar treinos e desenvolver uniformes inovadores, clubes mostram que a menstruação não deve ser barreira para a prática esportiva. Cada passo nesse sentido fortalece a mensagem de que meninas e mulheres podem jogar com orgulho, confiança e sem restrições.