O Flamengo promoveu, nesta terça-feira (18), um seminário dedicado à valorização da cultura negra e ao fortalecimento da agenda antirracista no esporte. O evento, realizado no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (Muhcab), no Centro do Rio, reuniu representantes de cinco clubes brasileiros, atletas olímpicos do Rubro Negro e especialistas em educação e políticas públicas. Ao longo da tarde, os participantes discutiram desafios, iniciativas e caminhos para ampliar o combate ao racismo dentro e fora do ambiente esportivo.

Agenda conjunta pelo antirracismo
O encontro abriu espaço para que Flamengo, Athletico Paranaense, Atlético Mineiro, Bahia, Botafogo e Vasco apresentassem suas ações na área. Camila Nascimento, gerente de Responsabilidade Social do Flamengo, conduziu a conversa com Rubens Neves (Athletico), Henrique Muzzi (Atlético Mineiro), Nelson Barros Neto (Bahia), Débora Froquet (Botafogo) e Walmer Peres (Vasco).

Eles discutiram compromissos institucionais, ampliaram o diálogo sobre práticas antirracistas e reforçaram que a causa une rivais históricos em torno de um objetivo comum: transformar o esporte em um espaço mais seguro e inclusivo.

Atletas compartilham vivências e desafios
O segundo painel destacou trajetórias de atletas negros do clube. Lorrane Oliveira, medalhista olímpica da ginástica artística, Gui Deodato, ala-armador do FlaBasquete e da Seleção Brasileira, e Giovanna Santos, judoca bicampeã brasileira, relataram experiências de racismo, superação e representatividade.

A mediação de Ingrid David direcionou a conversa para o impacto dessas histórias na formação de jovens esportistas e na construção de ambientes mais acolhedores.

Formação e políticas públicas no centro do debate
O painel final reuniu instituições e pesquisadores dedicados à educação antirracista. Participaram Mario Love (Cufa), Barbara Azeo e Yago Feitosa (Secretaria Municipal de Cultura), Ingrid David (especialista em Relações Étnico-Raciais e Acessibilidade) e Vitor Matos (Ministério da Igualdade Racial).
Eles apresentaram práticas de formação, discutiram desafios estruturais e reforçaram a importância de políticas públicas para reduzir desigualdades no esporte e na sociedade.

Compromissos reforçados pelo Flamengo
Durante o evento, o clube também destacou avanços internos. Em 2025, o Flamengo incluiu no Estatuto novos parágrafos dedicados ao combate ao racismo, estabelecendo punições como suspensão, expulsão de associados e rescisão de contratos.
Além disso, promoveu formações de letramento racial para atletas de futebol, judô, basquete, remo e vôlei, bem como para educadores do projeto Jogaremos Juntos. As ações foram conduzidas por instituições como Cufa, ID_BR e a Secretaria Municipal de Cultura.

Com isso, o clube reforçou que a luta antirracista é permanente e deve orientar suas decisões esportivas, sociais e institucionais. O setor de responsabilidade social do Clube vem promovendo diversas ações nesse sentido, como o Outubro Rosa, que promoveu ativações contra o câncer de mama e colo de útero.

