O diretor e o treinador do Mushuc Runa-EQU protagonizaram ataques machistas contra a árbitra brasileira Edina Alves Batista, após a eliminação da equipe nos pênaltis para o Independiente Del Valle-EQU, no jogo de volta das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
O episódio
Após eliminação, Renato Salas, dirigente do Mushuc Runa concedeu entrevista e falou que mulheres não sentem o mesmo que os árbitros homens.
“Uma árbitra mulher, por melhor que ela seja, não enxerga o mesmo que o árbitro homem. Por isso existe o futebol feminino, para que as árbitras mulheres possam sentir o que elas sentem no campo de jogo. Como que vão dar uma partida masculina a uma mulher?”, declarou.
Quem, também, questionou a escolha da arbitragem foi o técnico da equipe equatoriana, Paul Velez, que afirmou não concordar com arbitragem feminina em partidas internacionais.
“Colocaram para apitar, e digo com respeito, o sexto oposto. Não é que eu esteja contra as mulheres, mas para os torneios internacionais não estou de acordo. Para isso há o futebol feminino”, falou.
Opinião do presidente da Liga Equatoriana
Dada a repercussão do caso, Miguel Ángel Loor, presidente da Liga Profissional de Futebol do Equador, se pronunciou criticando a postura do dirigente e treinador do Mushuc Runa.
“O mais fácil é culpar sempre os árbitros, homem ou mulher, de tudo, mas eu pergunto: Jogadores, treinadores e dirigentes, fazem mea culpa também das coisas que fazem antes, durante e depois da partida? Em minha maneira de ver e entender a vida, se é mulher ou homem, sempre deve ser irrelevante para exercer uma profissão. Isto é capacidade. Se é mais capaz, deve estar onde quer que seja”, afirmou.
Pedido de desculpas
Depois de todo o acontecido, o diretor Renato Salas, fez um pedido de desculpas em entrevista para uma rádio argentina.
“Dei uma entrevista e vi que foram difundidos alguns fragmentos curtos da conversa. Quero aproveitar para estender um pedido público de desculpas se, em algum momento, meus comentários sobre a arbitragem foram mal interpretados. Esclareço que qualquer erro mencionado na entrevista, poderia ter sido cometido tanto por homens quanto mulheres”