O Estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, agora conta com espaço reservado para o atendimento de denúncias de assédio, racismo e importunação sexual. A “Sala Lilás” estreou no domingo (27) é uma parceria do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e da Minas Arena, empresa que administra o Mineirão.
Funcionamento
O espaço funcionará em todos os jogos no Juizado Especial Criminal. A sala tem objetivo de garantir respeito e segurança para todas as torcedoras.
Para a promotora de Justiça Ana Teresa Giacomini, “O espaço é uma conquista para as torcedoras. Aqui elas contarão com atendimento acolhedor e humanizado. Esse avanço revela que os estádios também estão preocupados com uma política que seja efetivamente protetiva para as mulheres”.
“O lugar da mulher é de fato, onde ela quiser, inclusive torcendo para o time do coração”, disse a promotora de Justiça Ana Teres Giacomini durante a inauguração da sala.
Os espaços de acolhimento em estádios estão previstos na Carta de Brasília, redigida em março deste ano, durante o Encontro Nacional do Juizados do Torcedor. Contudo, o espaço só abriu cerca de 4 meses depois.
No documento, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) recomenda que sejam instaladas salas de acolhimento com equipe multidisciplinar. O atendimento será direcionado às mulheres, crianças e adolescentes em situação de violência durante eventos esportivos.
“É o replique daquilo que se faz fora do estádio, agora também no estádio. A ideia é que o ambiente esportivo também seja um ambiente acolhedor, de orientação, proteção. O Mineirão é o terceiro espaço no Brasil a inaugurar uma sala dessa natureza”.
“O estádio de futebol é um lugar que, infelizmente, acontecem muitos tipos de assédio. Sabendo que tem um espaço aqui para denúncia e que confere apoio exclusivo à mulher, elas se sentiram mais seguras”, explica a promotora de Justiça Denise Guerzoni.
A Carta de Brasília reforça também a importância de uma atuação conjunta na formulação de políticas públicas que assegurem a integridade dos espetáculos esportivos, que coíbam práticas discriminatórias e atos de violência.
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