Nos últimos anos, o Futebol Feminino vem conquistando avanços importantes em estrutura, visibilidade e premiações. A Libertadores Feminina, por exemplo, terá em 2025 a maior premiação da história. Ainda assim, os números mostram que o caminho até a igualdade é longo.
Libertadores Feminina 2025: recorde histórico, mas ainda distante
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Campeão receberá US$ 2,25 milhões (cerca de R$ 12 milhões).
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Vice-campeão: US$ 1 milhão (cerca de R$ 6 milhões).
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Comparativo: a Libertadores Masculina distribuirá US$ 24 milhões (R$ 136 milhões) ao campeão em 2025.
Brasileirão Feminino 2025: título mais valorizado do país
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Campeão receberá R$ 1,8 milhão.
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Vice-campeão: R$ 900 mil.
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Comparativo: o Brasileirão Masculino 2024 pagou R$ 48,1 milhões ao campeão.
Supercopa Feminina: aumento expressivo em 2025
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Campeão leva R$ 1 milhão.
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Vice fica com R$ 600 mil.
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Comparativo: a Supercopa Masculina de 2025 distribuiu cerca de R$ 12 milhões.
Copa do Brasil Feminina: novidade com impacto
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Criada em 2025, terá premiação de R$ 1 milhão ao campeão.
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Vice-campeão: R$ 500 mil.
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Comparativo: a Copa do Brasil Masculina pagou R$ 70 milhões ao campeão em 2024.
A trajetória dos prêmios nos últimos anos
Nos últimos cinco anos, tanto a Libertadores quanto a Supercopa Feminina registraram aumentos consistentes em suas premiações. A Supercopa, por exemplo, sequer distribuía valores em 2022, mas alcançou R$ 1,2 milhão em 2025. Já a Libertadores Feminina evoluiu de cerca de US$ 1,5 milhões em 2021 para US$ 2 milhões em 2025.
Esse crescimento reflete o movimento de valorização do futebol feminino, impulsionado por maior visibilidade midiática, novos contratos de transmissão e o fortalecimento da base de torcedores.
Quanto ainda falta para a equiparação
Apesar da evolução, a distância em relação ao futebol masculino continua enorme. O campeão da Libertadores Masculina, por exemplo, recebe mais de US$ 23 milhões apenas pela conquista final — praticamente o mesmo que toda a premiação total da versão feminina em 2025.
E quando falamos de Copa do Brasil fica ainda mais discrepante. O valor é quase 100 vezes inferior ao masculino desta temporada, na qual o campeão arrecada quase R$ 101 milhões.
Esse abismo evidencia que, embora haja progressos, o futebol feminino ainda precisa de políticas mais agressivas de investimento e patrocínio para atingir um patamar sustentável e competitivo em comparação ao masculino.
O que esperar dos próximos anos
A tendência é que esses números cresçam ainda mais no decorrer dos anos. O ritmo depende diretamente do interesse de patrocinadores e da capacidade das entidades organizadoras de transformar audiência em receita. Especialistas apontam que, para reduzir a discrepância, será necessário não apenas ampliar as premiações, mas também melhorar a distribuição entre todas as fases do torneio, garantindo mais sustentabilidade para clubes médios e pequenos.
A Fifa tem como objetivo gerar uma receita recorde de US$ 1 bilhão com a Copa do Mundo Feminina de 2027, de acordo com o presidente Gianni Infantino. A próxima Copa do Mundo Feminina será disputada no Brasil, com oito sedes, marcando a primeira edição na América do Sul.
As premiações recordes mostram um movimento positivo de valorização do futebol feminino. Contudo, os números evidenciam uma desigualdade gritante. Enquanto clubes masculinos faturam dezenas de milhões em títulos, as equipes femininas ainda precisam se contentar com valores que muitas vezes não cobrem uma temporada inteira de custos operacionais.
O debate sobre equidade segue central: aumentar investimentos é essencial para que o futebol feminino cresça não só em campo, mas também fora dele.