A Inglaterra está no centro da revolução do Futebol Feminino. Os clubes estão mais fortes, as contratações ficaram milionárias e os estádios vivem recordes de público. A seleção também empilha conquistas. O país dá passos largos para se consolidar como o mercado mais competitivo do mundo. O reconhecimento do Arsenal como melhor equipe feminina do ano na Bola de Ouro 2025 é apenas a ponta mais visível desse movimento.
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A temporada dos sonhos
O Arsenal virou o cartão de visitas do futebol feminino inglês. Na temporada 2024/25, o time londrino brilhou ao conquistar a Women’s Champions League e disputou ponto a ponto a liderança da WSL com seu principal rival atual, o Chelsea. O prêmio de melhor equipe do mundo na Bola de Ouro coroou uma campanha firme. O futebol ofensivo e o talento jovem conquistaram torcedores muito além das fronteiras inglesas. Sob o comando da holandesa Renée Slegers, a equipe mostrou consistência e poder ofensivo durante toda a temporada.
Lionesses puxam a fila
Se os clubes estão em alta, a seleção nacional é o motor de inspiração. As Lionesses venceram a Eurocopa de 2022 em Wembley e iniciaram um caminho de protagonismo no cenário internacional. Foram vice-campeãs da Copa do Mundo de 2023. Em 2025, repetiram o feito e superaram a Espanha na Eurocopa, confirmando a supremacia inglesa no continente.
O título mostrou a força de um elenco estrelado. Nomes como Lauren James, Alessia Russo e Hannah Hampton se tornaram ícones globais. Hampton foi premiada na Bola de Ouro, recebendo o Troféu Yashin, de melhor goleira. Assim como Sarina Wiegman, a treinadora da equipe, que venceu como treinadora do ano. Além das taças e reconhecimentos individuais, a seleção inglesa arrasta multidões e inspira milhares de meninas a jogar futebol.
Transferências que mudam o jogo
As cifras milionárias deixaram de ser exclusividade do masculino. Em janeiro de 2025, o Chelsea fez história ao contratar a americana Naomi Girma. A zagueira, considerada a melhor do mundo, chegou do San Diego Wave por US$ 1,1 milhão. Ela foi a primeira jogadora a ultrapassar a barreira do milhão. A transferência mostrou a força da WSL para atrair talentos globais.
Poucos meses depois, foi a vez do Arsenal. O clube quebrou seu próprio recorde ao investir US$ 1,33 milhão na canadense Olivia Smith, artilheira do Liverpool em 2024/25. Mesmo em um time de meio de tabela, ela brilhou com gols decisivos e desempenho consistente. Para reforçar ainda mais o elenco, os Gunners trouxeram Chloe Kelly, estrela da seleção inglesa, e a ex-capitã do Liverpool Taylor Hinds, ambas de graça.
Esses movimentos consolidam a WSL como epicentro do mercado mundial. A liga dita valores, atrai estrelas e define tendências de contratação.
O espelho da Premier League
Não é coincidência que a trajetória lembre a da Premier League masculina. Nos anos 1990, clubes históricos, contratos milionários e projeção internacional transformaram a liga inglesa no maior espetáculo do futebol. Hoje, a WSL segue a mesma trilha. Estádios lotam, transmissões têm alcance global e craques escolhem a Inglaterra como palco.
Com clubes premiados, jogadoras de elite e uma seleção bicampeã europeia, a Inglaterra não apenas acompanha o crescimento do futebol feminino. Ela lidera. Ela molda tendências. E constrói, passo a passo, o mercado mais competitivo do planeta.