Eleita pela terceira vez consecutiva como a melhor jogadora do mundo, Aitana Bonmatí reafirma sua posição como uma das maiores referências da história do futebol feminino. Aos 27 anos, a catalã não apenas acumula títulos com o Barcelona e a Seleção Espanhola, mas também redefine a função de meio-campo com uma combinação rara de inteligência tática, intensidade e criatividade.
Bonmatí conquistou o prêmio da Bola de Ouro em 2023, 2024 e 2025, tornando-se a primeira jogadora a alcançar tal feito em sequência. Os números impressionam, mas o que realmente a diferencia é a forma como comanda cada partida: com calma, visão de jogo apurada e a capacidade de transformar o coletivo com decisões individuais.
Ver essa foto no Instagram
Das ruas da Catalunha à La Masia
Nascida em 18 de janeiro de 1998, em Sant Pere de Ribes, uma pequena cidade na Catalunha, Aitana cresceu em um cenário pouco favorável às meninas que sonhavam em ser jogadoras. Apesar das barreiras, iniciou a trajetória em clubes locais até chegar às categorias de base do Barcelona.
Foi em La Masia, centro formador de craques como Xavi e Iniesta, que construiu sua identidade. Ali aprendeu a entender o jogo em profundidade, desenvolvendo um estilo marcado pela inteligência e pelo refinamento técnico. Em entrevistas, já reconheceu a influência de seus ídolos.
“Sempre admirei Xavi e Iniesta. Eles eram meus modelos de como se deve compreender o jogo.”
A engrenagem do Barcelona
Desde 2016 no time principal do Barça, Bonmatí tornou-se peça indispensável. Sua leitura de jogo e capacidade de controlar o ritmo transformaram o meio-campo catalão em uma verdadeira usina criativa. Além de organizar, também aparece como goleadora e líder de assistências, demonstrando versatilidade rara.
O currículo é robusto. São múltiplos títulos da Liga Espanhola, Copas da Rainha e três Champions League, nas quais foi eleita Melhor Jogadora da Temporada em três anos seguidos. Sua presença em campo é tão determinante que muitos analistas consideram Aitana a jogadora mais completa do futebol atual.
Protagonista na seleção espanhola
Na Seleção da Espanha, Bonmatí foi peça-chave na conquista da Copa do Mundo de 2023, quando brilhou com gols e atuações decisivas. No ano seguinte, ergueu a UEFA Nations League e, em 2025, conduziu a Roja até a final da Euro. O protagonismo em diferentes palcos reforça sua importância não apenas no Barcelona, mas no cenário global.
Ver essa foto no Instagram
Sua liderança também aparece fora das quatro linhas. Em entrevista à Cadena SER, destacou a necessidade de evolução da modalidade.
“Temos a sensação de que podemos estagnar. Precisamos de mais competitividade para crescer ainda mais.”
A fala reflete a consciência de quem enxerga o futebol além do próprio desempenho, pensando no desenvolvimento coletivo do esporte.
Fora de campo, um exemplo
Discreta na vida pessoal, Aitana nunca se limitou apenas ao futebol. Estudou Ciências da Atividade Física e do Esporte e hoje cursa gestão esportiva no Johan Cruyff Institute, mostrando a preocupação em ampliar horizontes.
Ela também faz questão de apoiar causas sociais, entre elas a valorização da saúde mental no esporte. Seja em entrevistas ou campanhas, Bonmatí reforça a importância de quebrar tabus e normalizar o acompanhamento psicológico, especialmente entre atletas que lidam com pressão constante.
Um legado em construção
Ver essa foto no Instagram
Pequena em estatura, apenas 1,62m, mas gigante em talento, Bonmatí já constrói um legado comparável ao de lendas como Marta e Alexia Putellas. Seus três prêmios de melhor jogadora do mundo são apenas parte de uma história que segue em evolução, escrita com intensidade, elegância e uma liderança que inspira dentro e fora de campo.
Aitana Bonmatí é, hoje, mais do que uma craque: é símbolo de uma era em que o futebol feminino conquistou definitivamente o espaço que sempre mereceu.