O filme Anjila, que narra a trajetória da goleira e capitã da seleção de futebol feminino do Nepal, Anjila Tumbapo, deve ser o representar o país na corrida por uma indicação ao Oscar.
Aos 29 anos, Anjila atua pelo APF Women’s Football Club, da elite do futebol feminino no Nepal. Ela iniciou sua carreira em 2011, aos 15 anos, e, desde então, vem se destacando nacional e internacionalmente.
Sucesso de bilheteria
Lançado em abril de 2025 e com direção de Milan Chams, o filme tem distribuição de Karan Shrestha. Em apenas 13 dias de exibição, arrecadou NPR 8,7 crore (o equivalente a cerca de R$ 3,2 milhões), tornando-se um dos maiores sucessos recentes do cinema nepalês.
Além de sua exibição em território nacional, Anjila chegou a outros 16 países, ampliando a visibilidade da produção. O impacto positivo, especialmente por valorizar o Futebol Feminino em um país com pouca representatividade nesse campo, foi decisivo para a escolha do filme como possível representante do Nepal na premiação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
Crise política no país
Enquanto o filme conquista reconhecimento internacional, o Nepal enfrenta um período conturbado politicamente. O país vive uma onda de protestos desencadeada após a decisão do governo de bloquear 26 plataformas de redes sociais, incluindo WhatsApp, Instagram e Facebook.
A justificativa oficial é o combate à disseminação de fake news, discurso de ódio e fraudes online. No entanto, os protestos, liderados principalmente por jovens da chamada Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), tomaram as ruas com força.
Até o dia 10 de setembro, haviam sido registradas as mortes de 30 jovens e mais de mil feridos. Órgãos públicos e residências de políticos foram alvos de vandalismo. A pressão popular culminou na renúncia do primeiro-ministro Khadga Prasad Oli.