Dos 18 clubes de Futebol Feminino que vão entrar em campo para disputar o Brasileirão em 2026, apenas dois contam com treinadoras. Os outros 16 times são comandados por técnicos. O Campo Delas, do Portal iG, listou mais cinco equipes que mostram que homens seguem sendo a maioria no comando.
Entre as mulheres que estarão à frente das equipes para a competição nacional estão Lindsay Camila (Atlético-MG) e Rosana Augusto (Palmeiras Feminino). Anunciada oficialmente essa semana no Verdão, Augusto havia deixado o Flamengo, que iniciou uma reestruturação na equipe.
”A gente pode quebrar esse paradigma”, diz treinadora do Palmeiras
Durante coletiva de imprensa de apresentação no clube paulista, a nova técnica falou sobre essa questão de mais mulheres no comando do Futebol Feminino. Rosana Augusto é a quarta técnica do Palmeiras.
“Eu acredito muito em meritocracia, mas acredito também em oportunidades. Acho que hoje as mulheres, quando se diz respeito a futebol, elas saem muito atrás por conta da cultura machista que ainda temos no Brasil. Sempre falo que o menino, quando ele tem dois anos e começa a andar, ele já começa a respirar futebol porque o pai vai lá e joga uma bola para ele. E não é isso que acontece com as meninas. Então, eu não acho que o fato da gente não ter tantas treinadoras é que a gente não é estimulada a gostar de futebol, a participar do futebol como um todo, a gente pode quebrar esse paradigma”, disse a técnica.
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A treinadora acredita que não se pode proibir os homens de estarem nessa posição, para que esse espaço esteja aberto para as mulheres em times masculinos.
“A gente não pode proibir que os homens estejam no futebol feminino, porque a gente também, em um momento, pode, bem, pode se interessar. Inserir no futebol masculino. Então, quando a gente fecha uma porta, a gente faz exatamente o que fazem com a gente. Essa não é ideia, é que a gente tenha os dois gêneros com as mesmas condições, as mesmas oportunidades, para que, sim, sejam escolhidos pela meritocracia. Boa tarde, Rosana. Seja bem-vinda. Para a primeira. Eu acho que elas se sentem confortáveis quando você mostra conhecimento independente do gênero. Mas eu acho que a mulher”.
Obrigatoriedade de manter equipes femininas
Desde 2019, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) exige que as equipes da primeira divisão do Campeonato Brasileiro tenham um time no Futebol Feminino. Listamos as equipes que não estão classificadas para o nacional feminino, mas que tem times competindo entre os homens pela série A.
São cinco equipes: Ceará, Mirassol, Sport, Vasco e Vitória. Nesse cenário, as mulheres também são a minoria. Apenas o Sport Feminino, com Macarena Deichler, e o Vasco Feminino, com Verônica Coutinho Celestino, conta com treinadoras.