Dentre os quatro técnicos brasileiros que podem ser premiados, nesta quarta-feira (10), como melhor do mundo pela IFFHS, o nome de Luiz Guimarães é o que mais chama a atenção.
Arthur Elias (Seleção Brasileira Feminina), Jonas Urias (Cruzeiro Feminino) e Tatiele Silva (Colo-Colo Feminino) são os outros comandantes do Brasil na disputa do prêmio da Federação Internacional de História e Estatística do Futebol. Diferente deles, Luiz Guimarães é o único que está à frente de um time de base: a Seleção Feminina do Paraguai Sub-17.
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À frente da equipe paraguaia, o brasileiro foi campeão do Sul-Americano da categoria este ano. Além disso, chegou até os mata-matas da Copa do Mundo Feminina Sub-17, realizada no Marrocos este ano.
“É ótimo ter reconhecimento de um trabalho que foi forte, bem feito, com muito compromisso de todas as partes, desde o planejamento até a execução com apoio e qualidade de todo o corpo técnico e da APF [Associação Paraguaia de Futebol]”, disse, em entrevista exclusiva ao Campo Delas, do Portal iG.
“Mas ainda sim, é difícil acreditar, dentro de um contexto onde o futebol paraguaio nunca foi protagonista, em um treinador sendo lembrado e indicado. Isso faz que esse seja um estímulo ainda maior para seguirmos trabalhando forte”, completou.

O planejamento citado por Luiz Guimarães diz respeito ao trabalho realizado por outro brasileiro: Fábio Fukumoto. Ele é o coordenador técnico metodológico da Seleção Paraguaia Feminina e o principal responsável por implementar a metodologia que está estruturando o Futebol Feminino no país, desde a base até o profissional.
Quem é Luiz Guimarães
Nascido em 10 de julho de 1984, aos 41 anos, Luiz Guimarães é casado e pai de dois filhos.
Amante do futebol, ele tentou ser jogador e atuou até o Sub-20, passando por clubes como Madureira, Botafogo e CFZ. Foi então que, ao passar na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para cursar educação física, abandonou a tentativa de ser atleta e focou no futebol de outra forma.
“Trabalho há 20 anos com formativas em futebol, sendo 18 deles no futebol masculino. Minha primeira experiência com o feminino foi no Barcelona Academy. Em 2022, nova oportunidade na modalidade, desta vez na China”, contou.
“Já em 2024, tive uma oportunidade no Sub-17 e 20 do CF4 [Centro de Formação de Futebol Feminino), que fez uma parceria com o Vasco da Gama. A partir daí, dirigi o Vasco no Carioca sendo vice-campeão. Foi ai que, no final de 2024, surgiu a proposta para vir ao Paraguai. Chegamos em janeiro de 2025”, relembrou.

Futebol Feminino no Brasil e no Paraguai
Enquanto o Futebol Feminino no Brasil é mais consolidado, o Paraguai corre atrás deste mesmo resultado. Para isso, o trabalho comandado por Fábio Fukumoto é realizado no país e conta com Luiz Guimarães à frente da seleção Sub-17.
Luiz destaca os pontos positivos das jogadoras paraguaias e pontua as diferenças em relação às brasileiras. Ele também comenta sobre a diferença de condução de trabalho nos dois países.
“As diferenças principais [no Brasil e no Paraguai] são em relação à centralização do Futebol Paraguaio em Assunção [capital paraguaia], diferente do Brasil, que apesar de ter São Paulo como um centro bem desenvolvido, tem trabalhos em desenvolvimento em outros estados do país”, explicou.
“Além disso, a complexidade física das jogadoras brasileiras é bem maior do que as paraguaias, já fruto de um trabalho de médio prazo. Em vantagem , as meninas do Paraguai tem uma cultura de trabalho e de treino fortes e um torneio que, apesar de ser menos qualificado, dura mais, fazendo com que as meninas tenham calendário o ano inteiro”, finalizou.

Reprodução/Instagram @luizalmeidaguimarães
Premiação IFFHS
A Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS) vai divulgar o vencedor da prêmio nesta quarta-feira (10).
Além da premiação para os treinadores, há também categorias como, melhor jogadora, melhor árbitra, melhor goleira, entre outras.
Colaborou: Lucca Pisani
