A saída da treinadora Rosana Augusto gerou insatisfação na torcida e grande repercussão externa e internamente. Após o jogo da última rodada do Campeonato Carioca, o gerente da modalidade, André Rocha, usou a TV do clube para se manifestar e declarar que todas as informações anunciadas fazem parte do início de uma nova fase no Futebol Feminino do Flamengo.
“É um movimento natural de amadurecimento. A saída da treinadora representa um ajuste na estrutura e no modelo que queremos seguir”, explicou André, reforçando que nenhuma atleta deixará o clube neste momento.
Elenco mantido e foco na sequência da temporada
Em sua fala, o dirigente garantiu que não haverá desmanche. O elenco rubro negro segue intacto e com foco total na reta final do Campeonato Carioca, que terá uma sequência de clássicos decisivos, e também na disputa de um torneio internacional, onde o Flamengo será o único representante brasileiro.
“Será a primeira vez que o clube participa de uma competição internacional nesse formato. É um passo importante para a modalidade”, destacou.
O novo treinador do clube já foi anunciado. Celso Silva retorna para uma nova passagem, com um histórico bem vitorioso trabalhando com as categorias de base.
Menos trocas, mais continuidade
De acordo com André Rocha, 2026 deve marcar um ponto de virada: pela primeira vez, o Flamengo terá poucas mudanças no elenco. “Todos os anos tínhamos entre oito e dez trocas. Agora, a base do time está mantida”, disse.
Essa estabilidade é vista como essencial para consolidar o projeto e fortalecer o desempenho em campo.
Autonomia orçamentária e novo modelo de gestão
Uma das principais mudanças será financeira. A partir do próximo ano, o Futebol Feminino do Flamengo deixará de depender do orçamento do Futebol Masculino e passará a ter uma gestão independente.
“A partir de 2026, o Futebol Feminino caminha com as próprias pernas”, afirmou o dirigente. “Com o tamanho da marca Flamengo, acreditamos que surgirão novas empresas e parceiros interessados em fomentar a modalidade.”
Essa autonomia orçamentária, segundo ele, permitirá readequações estruturais e uma nova estratégia de captação de recursos, sem comprometer o desempenho em campo.
Base sólida e foco na formação
O dirigente também destacou o papel da categoria de base como pilar da sustentabilidade do projeto.
“A base vem se fortalecendo há muitos anos. Nos últimos quatro Campeonatos Nacionais, o Flamengo chegou a três finais e venceu dois”, lembrou.
Hoje, o clube tem atletas em todas as Seleções de base, incluindo a capitã da Seleção Sub-17 e três jogadoras na Sub-15.
“Precisamos ter uma base forte, porque são essas meninas que vão garantir a renovação do futebol. O Feminino começou de cima para baixo, o que não é sustentável”, defendeu André Rocha.
Experiência e renovação
Apesar da aposta na juventude, o Flamengo também reconhece a importância das atletas mais experientes no processo de transição.
“Há jogadoras de idade avançada que ainda performam em alto nível, mas não podemos depender delas para sempre. Elas são fundamentais para guiar as novas gerações, como acontece na Seleção Brasileira desde a chegada do Arthur Elias”, analisou o dirigente.
Torcida cobra transparência e reforços
Enquanto o clube fala em reestruturação e independência financeira, a torcida demonstra preocupação e ceticismo nas redes sociais. Muitos torcedores e apoiadores da modalidade questionam a saída da treinadora e pedem maior clareza nas decisões da diretoria.
Nas publicações oficiais do Flamengo, os comentários se dividem entre mensagens de apoio à profissional e críticas à condução do projeto. Há também quem defenda a mudança, vendo nela uma oportunidade de renovação e maior foco nas jogadoras da base.
Entre críticas e expectativas
A saída de Rosana Augusto, somada às promessas de uma nova estrutura de gestão, coloca o Futebol Feminino do Flamengo em um momento de transição delicado, mas também de oportunidade.
“Qualquer decisão que tomamos é pensando no futuro e na construção de uma modalidade sólida, que caminhe sozinha, independente do futebol masculino”, concluiu André Rocha.
Agora, o desafio do clube é equilibrar o discurso de crescimento com resultados concretos em campo e com o apoio da torcida, que segue atenta a cada passo desse novo ciclo. Vale lembrar que o Brasil irá sediar a Copa do Mundo de 2027, torneio central da categoria, o que deve servir de incentivo para um crescimento cada vez mais acelerado e estruturado da modalidade no país.
Assista o pronunciamento de André Rocha a partir de 2:30:20