O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) homenageou, nesta quarta-feira (10), algumas das jogadoras campeãs da Copa América de 2025 com a Seleção Brasileira, no Palácio do Planalto. Além do técnico Arthur Elias e da coordenadora de seleções femininas Cris Gambaré, estiveram presentes na cerimônia as jogadoras Fátima Dutra, Amanda Guiterrez, Fê Palermo, Kaká e Claúdia. O encontro também serviu para o Governo Federal anunciar um projeto de lei que tem o objetivo de tornar o Futebol Feminino política pública nacional.
O projeto
O projeto, que será enviado ao Congresso Nacional, visa difundir cada vez mais o futebol feminino e garantir mecanismos para que ele se torne cada vez mais profissional no país. O intuito é dar incentivo a pratica do esporte na mesma proporção que já existem no masculino.
“Esse projeto de lei vai garantir às organizações esportivas formadas de futebol feminino os mesmos direitos e benefícios conferidos às de futebol masculino, inclusive os recursos financeiros. Vai incentivar o futebol feminino de base e parcerias entre escolas, universidades e clubes de futebol para capacitação de talentos no futebol feminino. Além de combater a discriminação, a intolerância e a violência contra mulheres nas práticas relacionadas ao futebol”, afirmou Lula.
O ministro do esporte, André Fufuca, destacou a importância de profissionalizar ainda mais o futebol feminino no Brasil.
“Hoje, infelizmente, 80% das nossas atletas são amadoras, enquanto os times oficiais só aceitam que até quatro jogadoras possam ser amadores. Com esse projeto de lei, todos os times que estiverem na primeira, segunda, terceira e quarta divisões do futebol, só poderão ter quatro atletas amadores. Com isso, a gente vai aumentar o profissionalismo do futebol feminino”, declarou.
Fufuca também pontuou que, atualmente, quando as atletas engravidam, muitos clubes não garantem a elas direitos básicos. “Com esse projeto de lei, será garantido o direito das atletas, tanto na gravidez, como também após a gravidez.”
Dupla jornada
Segundo a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, iniciativa do Governo Federal, cerca de 70% das jogadoras brasileiras mantêm outro emprego para complementar a renda.
Além disso, em muitos casos, o futebol feminino ainda não possui estrutura para assegurar contratos formais: menos de 20% das atletas têm vínculo profissional no país. Isso força a dupla jornada: esportiva-acadêmica ou laboral, colocando à prova a dedicação dessas mulheres.