A noite de caos no estádio Libertadores de América, durante a partida entre Universidad de Chile e Independiente pela Copa Sul-Americana, teve reflexos imediatos fora das arquibancadas. Abalada pelos violentos confrontos entre torcedores, a jogadora chilena de futsal Emily Muñoz, de 23 anos, tomou a decisão de deixar o Independiente. Integrante da equipe feminina do clube argentino, ela afirmou que já não se sentia confortável em vestir a camisa do Rojo e, por isso, comunicou sua saída no dia seguinte ao episódio.
Noite marcada por confrontos
O jogo válido pela Copa Sul-Americana foi interrompido no início do segundo tempo, quando torcedores das duas equipes se envolveram em brigas generalizadas. As cenas de violência tomaram conta das arquibancadas, com feridos e intervenção das autoridades. A partida foi suspensa e a atmosfera de insegurança se espalhou, abalando atletas e torcedores.
Reação imediata e retorno ao Chile
Para Emily, a notícia dos ataques a torcedores chilenos foi decisiva. Ela destacou que, apesar de ter criado vínculos importantes no futsal do Independiente, não poderia permanecer em um clube envolvido em um ambiente marcado pela violência. A atleta além de Chilena, foi formada na Universidad do Chile, equipe envolvida no confronto. Assim, preferiu retornar ao seu país e encerrar sua passagem pelo time argentino, mesmo reconhecendo que o grupo vinha construindo um bom trabalho em quadra.
Debate sobre responsabilidades
A saída da jogadora coincidiu com a pressão crescente sobre dirigentes e autoridades. A direção do Independiente prometeu identificar e punir os envolvidos nos atos violentos, enquanto a Conmebol avaliava possíveis sanções. Além disso, críticas recaíram sobre a fragilidade da segurança no setor visitante, considerada insuficiente para conter os incidentes.
O legado da decisão
Em entrevista exclusiva à Red Gol, onde anunciou sua decisão, Emily declarou: “Não posso estar nesse time. No dia seguinte, falei com o técnico do Independiente e ele entendeu, porque ele não queria que eu estivesse em um lugar onde eu não queria estar”. Com sua escolha, Emily Muñoz transformou um momento de crise em um posicionamento de valores. Ao priorizar seus valores e convicções, ela enviou uma mensagem clara: o futebol deve ser um espaço de respeito e integridade, e quando isso não acontece, não há competição que justifique a permanência.