Em 2022, a arquiteta Luísa Rosa fez história ao se tornar a primeira mulher a ocupar uma diretoria na Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Três anos depois, o feito segue simbólico e cada vez mais relevante. Hoje, Luísa é uma das principais vozes femininas do futebol brasileiro, com destaque em gestão de infraestrutura e planejamento de centros de treinamento.
Da Granja Comary à modernização da estrutura
Naquele mesmo ano, ela foi nomeada pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, para chefiar a então Diretoria de Patrimônio, que depois passou a se chamar Diretoria de Infraestrutura. A primeira missão da arquiteta foi ambiciosa: ampliar e modernizar a Granja Comary, em Teresópolis (RJ), centro de treinamento da Seleção Brasileira.
“Sempre existiu espaço para as mulheres nesse meio, mas agora começamos a ocupar lugares de destaque. O que importa é o trabalho que você executa e não o gênero”, afirmou Luísa, à época da nomeação.
Além disso, sua chegada marcou o início de uma nova fase na administração da CBF, com foco em transparência e inovação estrutural.
Carreira e reconhecimento internacional
Formada em Arquitetura e especialista em projetos de arenas esportivas, Luísa chegou à CBF com o aval da Fifa, responsável por financiar 15 centros de desenvolvimento do futebol no país. O projeto, que havia sido paralisado após escândalos de corrupção, foi retomado sob sua supervisão técnica.
Antes de assumir o cargo na confederação, ela atuou no Comitê Organizador da Copa do Mundo do Catar. A experiência ampliou seu repertório internacional em gestão de estádios, sustentabilidade e infraestrutura esportiva. Por isso, Luísa se tornou um nome de referência quando o assunto é modernização de centros de treinamento.
Representatividade e novos caminhos
Atualmente, ela integra o corpo técnico da Fifa como consultora de infraestrutura esportiva. Nesse papel, contribui com o desenvolvimento de centros de treinamento em países da América do Sul e da África.
Além disso, tem participado de fóruns internacionais que discutem o papel das mulheres na gestão esportiva.
Desde sua posse, outras mulheres passaram a ocupar cargos de liderança na CBF. A mudança reflete a promessa feita por Ednaldo Rodrigues: “a presença feminina na gestão do futebol brasileiro deixaria de ser exceção para se tornar regra.”
No entanto, mesmo com avanços, a representatividade feminina ainda enfrenta desafios dentro e fora dos gramados. Ainda assim, o caminho aberto por Luísa inspira novas profissionais e aponta para um cenário mais diverso e equilibrado no esporte.
Mais do que um marco institucional, a trajetória de Luísa Rosa simboliza uma mudança de cultura dentro do futebol. Aos 36 anos, ela segue abrindo caminhos e mostrando que o futuro do esporte também se constrói com a força e o olhar das mulheres.