O Futebol Feminino brasileiro tem mostrado avanços visíveis. Entretanto, ainda enfrenta fortes desigualdades no que diz respeito à profissionalização e à remuneração. Dessa forma, muitas jogadoras são obrigadas a exercer outra profissão ou estudar para garantir qualidade de vida após o tempo de atleta. Assim, enquanto treinam e disputam campeonatos, muitas delas acumulam horas de trabalho ou estudo logo depois dos treinos.
Estudo realizado
Segundo a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino, iniciativa do Governo Federal que visa promover e fomentar a participação das mulheres no esporte, cerca de 70% das jogadoras brasileiras mantêm outro emprego para complementar a renda. Além disso, em muitos casos, o futebol feminino ainda não possui estrutura para assegurar contratos formais: menos de 20% das atletas têm vínculo profissional no país. Isso força a dupla jornada: esportiva-acadêmica ou laboral, colocando à prova a dedicação dessas mulheres.
Esse diagnóstico apresentou números em agosto de 2023, que mostram que:
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Apenas 19,2% das atletas possuem vínculo profissional;
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4,9% têm contrato de trabalho temporário;
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1,2% estão com contrato de formação;
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47,9% das jogadoras adultas não recebem nenhum tipo de salário ou ajuda de custo.
Soluções e o futuro mais promissor
Apesar dos desafios extracampo, há avanços tímidos, mas importantes. Algumas jogadoras já conseguem conciliar carreira esportiva e formação acadêmica, enquanto outras encontram caminhos em áreas como gestão, educação e mídia esportiva. Este movimento não só fortalece suas vidas pessoais como também o próprio futebol feminino.
Exemplos da vida real
Maressa e Carlinha, ambas do São Paulo Feminino, estão cursando Jornalismo, mostrando que é possível unir a paixão pelo esporte com o mundo acadêmico e profissional.
Outras atletas exploram áreas diversas: Manu Balbinot, do Minas Brasília Feminino, cursa Psicologia, enquanto Zoio, do Cruzeiro Feminino, dedica-se à Educação Física. Já Mari Andrade, do América Mineiro Feminino, mantém um perfil nas redes sociais voltado a finanças, compartilhando dicas e conteúdos educativos.
Além disso, algumas jogadoras investem diretamente em empreendimentos voltados para a comunidade e o esporte. Rafa Levis, também do América Mineiro, criou a própria escolinha, em Farroupilha, contribuindo para a formação de jovens atletas.
Esses exemplos mostram como as atletas brasileiras estão se reinventando, equilibrando o futebol com estudos, negócios e projetos pessoais, construindo trajetórias inspiradoras dentro e fora dos gramados.