A goleira do Cruzeiro Feminino está abalada por críticas desde o último Campeonato Brasileiro. Camila Rodrigues foi titular na melhor campanha da história da equipe celeste, na competição. As Cabulosas terminaram como vice-campeãs. No entanto, ela acabou recebendo hostilidades, por parte da torcida, por falhas em alguns gols decisivos.
Meses antes, Camila foi convocada para a Seleção Brasileira e esteve no grupo que faturou a última Copa América. Quando retornou ao elenco das Cabulosas, ela defendeu o time nas quartas de final do Brasileirão contra o Bragantino, na semifinal diante do Palmeiras e na final contra o Corinthians.
Treinador explica a situação
Após o Brasileirão, o Cruzeiro iniciou o estadual com Taty Amaro como titular e Camila na reserva. No entanto, o que se apresentava como uma opção técnica do treinador, ficou clara no último jogo, diante do América-MG, no sábado (18).
Taty Amaro ficou de fora da partida por um quadro de lombalgia.
Mas, a escolhida pelo técnico Jonas Urias para iniciar como titular foi a jovem Leilane, de 20 anos. E não Camila, como era esperado. Na entrevista coletiva, depois do empate por 2 a 2, o treinador revelou o que aconteceu. Camila sofreu críticas severas da torcida na reta final do Brasileirão e ainda não se recuperou:
“A Camila foi muito pressionada naquelas finais. Era a primeira vez que jogava uma decisão de Campeonato Brasileiro. Quem se expõe está sujeita a errar, mas ela também acertou muito, e isso muitas vezes passa despercebido. Tudo isso afeta o emocional. A Camila precisa de tempo e espaço para cuidar de si e está recebendo todo o apoio do clube”.
O comandante do Cruzeiro ainda expôs um problema do avanço eminente do Futebol Feminino:
“A modalidade cresce. E o ritmo de crescimento da modalidade, as atletas muitas vezes ainda estão buscando condições de crescer junto. Então, a Camila está nesse momento, gerenciando, precisando de tempo e espaço para gerenciar ainda resquícios daquele momento tão difícil que ela viveu. E agora ela está cuidando de si mesma e recebendo todo apoio do departamento de saúde mental do Cruzeiro. Ela precisa, nesse momento, de apoio, de acolhimento, de respeito ao espaço, no momento em que que ela está vivendo. E assim nós estamos fazendo”.