A ex-jogadora Maurine, que fez carreira pelo Santos Feminino, deixou os gramados há pouco mais de quatro anos. Apesar disso, segue acompanhando o Futebol Feminino diariamente, tanto os jogos e competições, quanto as decisões extra campo. A ex-Sereia da Vila conta, com exclusividade ao Campo Delas, do Portal iG, como enxerga o atual momento da categoria e sobre a vontade de atuar no futebol.
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A gaúcha, de 39 anos, passou por diversos clubes no Brasil. Jogou pelo Grêmio e Caxias, do Rio Grande do Sul, Benfica (MG), Centro Olímpico (SP), São Caetano (SP), Ferroviária (SP) e Flamengo (RJ). Fora do país fez uma breve passagem pelo New York Flash (EUA), e se aposentou em Portugal, no Famalicão.
Polivante, Maurine acredita que no Futebol Feminino faltam jogadoras que consigam atuar em diversas posições. A ex-jogadora atuou mais como lateral e meia, mas estava à disposição para atender em outras pontos do gramado.
“Eu sempre fui uma atleta que eu jogava aonde me colocava. E, hoje, eu acho que falta bastante esse tipo de atleta que consiga desenvolver mais posições. Normalmente quem tem esse dom de desenvolver uma ou duas posições consegue estar em tudo. Imagina em uma Seleção você conseguir estar como lateral, como meia”, aponta a ex-jogadora.

Pela Seleção Brasileira Maurine também fez história. Foram mais de 10 anos jogando com a camisa verde e amarela. Com a proximidade com a Copa do Mundo, ela espera que o evento traga ainda mais visibilidade para o Futebol Feminino.
“A gente espera que a Copa do Mundo seja um espetáculo aqui no Brasil para que os clubes possam cada vez mais valorizar as equipes, que a gente possa ser campeã, conseguir esse título que a gente não tem. Espero que seja uma das melhores copas , que a gente mostre que realmente o Brasil é o país do futebol”, acredita Maurine.
Evolução do Futebol Feminino e a vontade de voltar
Com uma carreira longeva, com mais de 20 anos, Maurine começou no Futebol Feminino quando a categoria ainda era desvalorizada. Ao longo dos anos ela viu o crescimento e agora enxerga as melhorias que as novas atletas estão desfrutando.
“Eu acho que o que fez falta para nós era o apoio, a visibilidade, até mesmo a estrutura no próprio clube, a valorização. Não tinha quase nada do que as meninas hoje têm hoje. Acho que evoluiu muito, mas alguém sempre tem que roer o osso. Então, lá atrás, a gente roeu e hoje as meninas estão desfrutando daquilo que a gente passou”, relembra.

Apesar de fora dos gramados, Maurine gostaria de voltar a viver o mundo do futebol como coordenadora, orientando quem está dentro das quatro linhas.
“Sempre acompanho as meninas, os campeonatos, mas eu queria estar mais presente. Ir em eventos ou até mesmo ter uma oportunidade de ser uma coordenadora, pode ajudar de alguma forma”, afirma.
Diferentemente de outras ex-jogadoras, a gaúcha não tem vontade de ser treinadora.
“Falta oportunidade, convites para que eu possa estar mais presente no futebol. De qualquer time, ou até mesmo do Santos. Eu ficaria muito feliz de poder trabalhar com as meninas e poder contribuir tudo aquilo que eu vivi no futebol”, completa.
