O São José Esporte Clube já foi sinônimo de grandeza no Futebol Feminino. Campeão Mundial em 2014 — o único no país —, tricampeão da Libertadores e dono de títulos nacionais e estaduais, o clube que um dia brilhou no cenário internacional hoje vive um momento de reconstrução.
Em 2025, disputou a Série A2 do Campeonato Brasileiro e foi novamente rebaixado; em 2026, estará na Série A3. O time também está fora da elite do Paulistão, em um contraste que escancara a distância entre o passado glorioso e a realidade atual.
A ascensão da Águia do Vale
O projeto do São José Feminino nasceu no início dos anos 2000, impulsionado por iniciativas locais e pelo investimento em competições regionais. A partir de 2010, a equipe começou a se consolidar entre as grandes, chegando a finais do Campeonato Paulista e chamando atenção nacionalmente.
Nos anos seguintes, o time viveu seu auge. Foram três títulos paulistas, duas conquistas da Copa do Brasil e, principalmente, o tricampeonato da Libertadores da América. O ponto alto veio em 2014, quando a equipe viajou ao Japão e derrotou o Arsenal, conquistando o Mundial de Clubes, feito inédito, até hoje, para uma equipe brasileira. O time campeão do mundo tinha jogadoras de grande reconhecimento como Formiga, Rosana (atual treinadora do Flamengo) e Debinha.
O declínio e as dificuldades
Depois da era de ouro, a equipe passou a enfrentar problemas de estrutura, perda de patrocínios e maior concorrência no cenário nacional. As oscilações refletiram em campo: resultados irregulares e a dificuldade em manter elencos competitivos enfraqueceram a Águia do Vale.
Em 2022, o impacto ficou evidente. O São José teve seu primeiro rebaixamento, ficando em 13º no Brasileirão daquele ano. Em 2025 além de sofrer um novo rebaixamento na divisão nacional, ficou de fora da divisão principal do Campeonato paulista por não conseguir atender as novas exigências da Federação Paulista. O clube, tricampeão do Paulistão, não se enquadrou no Regulamento do Licenciamento de clubes, com isso está disputando a Taça Paulistana.
Copa do Brasil como respiro
Ainda em 2025, o time voltou a sentir o peso de grandes competições ao disputar a Copa do Brasil Feminina. Chegou a avançar de fases, mas acabou eliminado pelo Atlético Piauiense na terceira fase. Mesmo sem ir longe, a participação trouxe visibilidade e mostrou que a camisa que carrega tanta tradição, pode retomar o caminho da competitividade.
Um futuro em aberto
O São José feminino tenta se reconstruir em meio a dificuldades financeiras e administrativas. O clube investiu na criação de uma SAF em 2022, como alternativa para profissionalizar a gestão e atrair investimentos. No futebol masculino, já conseguiu colher alguns bons resultados do novo modelo de gestão, retornando ao campeonato nacional na série D.
Em 2025, promoveu reformulação no elenco e ajustes internos para disputar a Série A2 do Brasileiro, buscando recuperar espaço entre as principais equipes do país. Infelizmente no campeonato nacional não obteve êxito, mas foca na disputa da Taça Paulistana para não terminar a temporada totalmente em baixa. As Águias continuam com o sonho de voltar a voar alto.
Ver essa foto no Instagram