A final do Campeonato Brasileiro Feminino entre Cruzeiro Feminino e Corinthians Feminino terminou no início da tarde do último domingo (7). Porém, por se tratar de um título tão importante em jogo, o debate sobre temas polêmicos promete render até pelo menos a próxima partida entre as equipes, marcada para o dia 14, também no domingo, mas desta vez na Neo Química Arena, em São Paulo.
Depois que o técnico do Corinthians, Bruno Piccinato, declarou em entrevista coletiva que encontrou um clima hostil em Belo Horizonte, a reportagem do Campo Delas quis ouvir o outro lado. E o treinador do Cruzeiro, Jonas Urias, disse ter encarado com normalidade o ambiente desfavorável às Brabas:
“É a parte óbvia, né? Que bom que eles encontraram um ambiente hostil aqui e a gente vai encontrar lá. Isso é totalmente parte do jogo. Me surpreenderia se fosse o contrário. Eles dizendo: olha, todo mundo aqui nos tratou muito bem, a torcida do Cruzeiro apoiou o Corinthians, ou qualquer coisa nesse sentido. Pelo contrário, assim como foi aqui, lá a gente vai ser recebido com a mesma hostilidade. Claro, tudo isso, dentro da civilidade”, disse.
Apoio da torcida às Cabulosas
Durante toda entrevista coletiva, Jonas Urias elogiou o apoio maciço da torcida do Cruzeiro, que, com quase 20 mil pessoas na Arena Independência, quebrou recorde de público em jogos entre clubes femininos, em Minas Gerais. E ressaltou que quem mais ganha com as arquibancadas lotadas é o próprio Futebol Feminino:
“Fico feliz que o Corinthians enfrente e visite uma equipe que viva uma atmosfera que as impacta. Isso é bom para a modalidade. E isso obviamente é bom para o Cruzeiro também”.
Arbitragem e decisão em São Paulo
A reportagem do Campo Delas ouviu com exclusividade a Gerente de Futebol Feminino do Cruzeiro logo após a partida. Bárbara Fonseca confirmou estar ciente da pressão que as Cabulosas vão encontrar em São Paulo.
“Nós vamos encontrar lá milhões de torcedores do Corinthians, que estão mandando energia, no estádio, a gente sabe do ambiente todo. Mas aqui a gente se preocupa com o nosso trabalho, como a gente pode se apresentar melhor na semana, para ter um melhor jogo, uma equipe mais bem preparada para a grande final.
Bárbara minimizou as críticas feitas pelo treinador corintiano sobre a arbitragem do primeiro jogo da final:
“Eu não vou preocupar com arbitragem agora, isso não é a cabeça do Cruzeiro. O Cruzeiro sabe que todos os setores, toda a indústria do Futebol Feminino, está se profissionalizando. Pode acontecer uma inversão de falta, um lateral que não é aqui, é lá. A preocupação não tem que ser essa. A preocupação tem que ser olhar para as minhas atletas, preparar esse elenco para a gente fazer um bom jogo no próximo domingo”.