A última rodada do Brasileirão Série B masculino, neste domingo, 23, definiu a volta de Coritiba, Remo, Athletico Paranaense e Chapecoense à elite do futebol masculino. Enquanto os homens comemoram o acesso, com o Coxa, inclusive, levantando o título, a realidade do Futebol Feminino nessas mesmas instituições segue caminhos bem diferentes. Entre departamentos estruturados, campanhas tímidas, eliminação precoce e até extinção completa de projeto, o cenário mostra como o crescimento no masculino nem sempre caminha junto com a manutenção do futebol feminino. Veja o panorama atual dos quatro clubes:
Remo: ano turbulento e um projeto ainda frágil no feminino
O Remo masculino está de volta à Série A, mas o departamento feminino vive uma fase bem menos empolgante. A equipe disputou a Série A2 do Brasileirão e terminou em último lugar, somando apenas um ponto: fruto de seis derrotas e um empate contra o Rio Negro-RR.
Na Copa do Brasil, o Remo realizou um único jogo. Empatou com o Operário-MS no dia 11 de junho, mas acabou eliminado nos pênaltis por 4 a 2.
Já no Campeonato Paraense, o desempenho foi um pouco melhor: em seis partidas, o time somou uma vitória, três empates e duas derrotas, fechando a competição em terceiro lugar. A classificação sobre o Sport Brasil veio após empate por 2 a 2 e triunfo por 5 a 4 nas penalidades.
Apesar de oscilar, o Remo segue com o departamento feminino ativo.

Coritiba: estrutura ativa, calendário cheio e liderança no estadual
Entre os quatro clubes promovidos, o Coritiba é quem apresenta a situação mais estruturada no futebol feminino. O Coxa foi até as oitavas de final da Série A3, sendo eliminado pelo Itabirito após derrota por 3 a 0.
Na Copa do Brasil, a equipe também bateu na terceira fase e foi superada pela Ferroviária por 5 a 1.
Já no Campeonato Paranaense, o momento é positivo: com 7 pontos, o clube lidera a competição (que conta com apenas quatro equipes) e está classificado para a final contra o Toledo, marcada para o início de dezembro. O departamento feminino do clube paranaense segue em plena atividade, com calendário regular e investimento contínuo.

Athletico Paranaense: acesso no masculino e extinção no feminino
O caso mais drástico entre os promovidos, entretanto, é o do Athletico. Que encerrou a sua atividade feminina em 2024, mesmo com um ano extremamente competitivo no feminino, que teve pentacampeonato estadual e campanha forte na Série A2, onde caiu nas quartas de final.
A extinção ocorreu após o rebaixamento do time masculino para a Série B em 2024, com a justificativa de cortes de gastos, apesar do futebol feminino representar uma fatia mínima do orçamento. Em contraste, o clube gastou mais de R$ 80 milhões em reforços para o time masculino, e ainda assim terminou rebaixado.

Chapecoense: último registro em 2021 e ausência total de atividade hoje
A Chapecoense foi promovida à Série A masculina, mas o cenário no feminino é de completa estagnação há 4 anos. O último registro de atividade do clube aconteceu em 2021, quando disputou o Brasileirão A2.
Naquela edição, a equipe terminou em quarto lugar do Grupo F, com 1 vitória, 1 empate e 3 derrotas em cinco jogos. Desde então, não voltou a disputar competições nacionais ou estaduais. Hoje, a Chapecoense não possui equipe feminina em atividade, sendo mais um clube da elite masculina sem investimento mínimo na modalidade.
