Você conhece o Clube do 1 Milhão? A primeira jogadora a ser negociada por mais de US$ 1 milhão no futebol feminino foi Naomi Girma, zagueira norte-americana que trocou o San Diego Wave pelo Chelsea no início deste ano. A transação, avaliada em cerca de US$ 1,1 milhão, abriu caminho para uma nova era de valorização no esporte.
Quem é Naomi Girma
Filha de imigrantes etíopes, Naomi nasceu em San José, na Califórnia, e sempre se destacou pelo talento e pela liderança. Na Universidade de Stanford, ela capitaneou a equipe e conquistou títulos antes mesmo da formatura. Em 2022, tornou-se a primeira escolha do Draft da NWSL, chegou ao San Diego Wave e brilhou desde o primeiro jogo.
Logo no ano de estreia, recebeu os prêmios de Novata do Ano e Defensora do Ano, repetindo a escolha de melhor defesora na temporada seguinte. Além disso, com a seleção dos Estados Unidos, fez parte da equipe que conquistou o ouro olímpico em Paris 2024.
Ao escolher o Chelsea, Naomi assumiu um novo desafio e consolidou-se como símbolo da transformação financeira no futebol feminino.
A transação teve impacto imediato. Poucos meses depois, a canadense Olivia Smith entrou para o Clube do 1 Milhão ao deixar o Liverpool e assinar com o Arsenal por cerca de US$ 1,33 milhão. A negociação provou que a transferência de Naomi não foi um caso isolado, mas sim o início de uma tendência clara no mercado da modalidade.
Novo recorde
A história, no entanto, não parou aí. Em agosto, a mexicana Lizbeth Ovalle assumiu o topo do ranking ao ser contratada pelo Orlando Pride por aproximadamente US$ 1,5 milhão. O novo recorde reforça a velocidade com que o mercado cresce e se valoriza.
Com bilheterias históricas, como vimos recentemente na Eurocopa, audiências cada vez maiores, estrelas de renome e ligas cada vez mais competitivas, o Clube do 1 Milhão deve ganhar novas caras muito em breve.
O blog SheGulls, especializado em futebol feminino, aponta diversas jogadoras com futuro promissor e forte potencial para negociações milionárias. Entre elas estão Lauren Hemp, do Manchester City, Vicky Lopez, do Barcelona, Selma Bacha, do Olympique Lyon, Linda Caicedo, do Real Madrid, e Salma Paralluelo, também do Barcelona. Além dessas, jovens talentos como Alyssa Thompson, Jaedyn Shaw e Olivia Moultrie aparecem na lista das que podem, em breve, ultrapassar a marca do milhão.
Mercado Brasileiro
Apesar de o Brasil ainda não ter uma jogadora no Clube do 1 Milhão, o país deu um passo importante na valorização do futebol feminino com a venda de Priscila Silva. A atacante, de 20 anos, eleita rainha da América em 2023 e destaque nas olímpiadas de Paris, deixou o Internacional rumo ao Club América, do México, por R$ 2,8 milhões (aproximadamente US$ 495 mil), a maior transação já registrada no futebol feminino brasileiro.

