O futebol feminino no Brasil tem histórias singulares de clubes que nasceram com o propósito exclusivo de fortalecer a modalidade. Entre eles, dois nomes chamam atenção: Avaí Kindermann e Realidade Jovem. Ambos surgiram em contextos diferentes, mas compartilham o mesmo foco: desenvolver e dar protagonismo às mulheres dentro de campo.
Origem do Avaí Kindermann
O Avaí Kindermann tem raízes em Caçador, Santa Catarina. Criado a partir do projeto Associação Esportiva Kindermann, idealizado pelo empresário Salézio Kindermann, o clube foi pioneiro ao investir no futebol feminino. Mais tarde, firmou parceria com o Avaí Futebol Clube, de Florianópolis, passando a carregar o nome que ficou conhecido nacionalmente.
Ao longo dos anos, o time conquistou títulos estaduais e participações marcantes no Campeonato Brasileiro Feminino. Além disso, se consolidou como uma das equipes mais regulares do cenário nacional.
O Avaí Kindermann ainda existe?
O Avaí Kindermann segue ativo no futebol feminino, embora tenha passado por momentos de incerteza após o falecimento de Salézio Kindermann, em 2020. Ele era o principal financiador e apoiador do projeto. Houve especulações sobre uma possível descontinuidade. No entanto, a parceria com o Avaí permitiu a manutenção da equipe. Atualmente, o clube disputa competições nacionais e mantém viva a tradição construída em Caçador, mesmo com problemas financeiros e uma eliminação recente na Copa do Brasil.
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Origem do Realidade Jovem
O Realidade Jovem é um clube de futebol feminino de São José do Rio Preto (SP), fundado em 1996. Criado por uma mãe que sonhava em dar às filhas a oportunidade de se tornarem jogadoras profissionais, o time se consolidou ao longo dos anos no cenário paulista.
Durante parte da sua história, manteve uma parceria com o Rio Preto Esporte Clube, que rendeu títulos e projeção no futebol feminino. Após o fim da associação, passou a disputar competições, como o Campeonato Paulista, com seu próprio nome e identidade, reforçando sua importância no desenvolvimento da modalidade no interior paulista.
Mesmo sendo um time jovem, o Realidade já revelou jogadoras que chamaram atenção em seleções de base e em clubes maiores. Essa capacidade de formar atletas reforça o impacto social e esportivo do projeto.
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Por que esses clubes não têm times masculinos?
Diferente de gigantes do Brasil, como Corinthians ou Flamengo, que possuem departamentos masculino e feminino, tanto o Avaí Kindermann quanto o Realidade Jovem decidiram atuar apenas no futebol feminino.
No caso do Kindermann, a escolha veio da visão de seu fundador, que queria investir na modalidade como prioridade. Já o Realidade nasceu com esse objetivo desde o início. Assim, abriu portas para atletas mulheres em uma cidade sem tradição no futebol masculino de alto nível.
Portanto, a ausência no masculino não é uma limitação. Pelo contrário: tornou os dois clubes referências no fomento do futebol feminino no Brasil.
Desempenho no futebol feminino
O Avaí Kindermann já figurou entre os melhores times do país em diversas temporadas. Inclusive, chegou à final do Campeonato Brasileiro Feminino A1 em 2020, quando enfrentou o Corinthians. Esse feito consolidou sua relevância no cenário nacional.
O Realidade Jovem, por sua vez, ainda busca espaço entre as grandes. Mesmo assim, já acumula conquistas, como o acesso à Série A1 e boas campanhas em torneios de base, mostrando que o projeto tem potencial para revelar talentos.
Histórias como a do Avaí Kindermann e do Realidade Jovem mostram que o futebol feminino no Brasil vai além das grandes marcas do esporte. Com dedicação, foco e paixão, esses clubes se tornaram referências. Além disso, provaram que não é necessário um time masculino para validar o trabalho feminino.
Mais do que equipes, são símbolos da luta pela valorização e pela representatividade das mulheres no esporte.