“Do fundo do meu coração, amo o Cruzeiro, de verdade”. Foi com essa declaração sincera, que a atacante Marília coroou um dia perfeito, o último domingo (7). Parece até roteiro de cinema. Justamente na data em que alcançou a marca histórica de 100 jogos com a camisa do Cruzeiro Feminino, Marília marcou um dos gols das Cabulosas em uma final de Campeonato Brasileiro Feminino contra o Corinthians Feminino.
“Eu me sinto muito feliz por chegar a essa marca. Sei que não é tão fácil”, disse a atacante, logo após a partida.
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E não é fácil mesmo. Tanto que, no elenco atual, apenas uma atleta disputou mais jogos pelo Cruzeiro: a atacante Vanessinha, com 121. Marília chegou à Toca da Raposa em 2021, quando o projeto do Cruzeiro Feminino não tinha ainda completado três anos de existência. Quem diria que, em 2025, as Cabulosas estariam em uma final de Brasileirão?
“A gente passou por vários momentos difíceis, momentos bons e, claro, hoje a gente está vivendo esse momento muito especial, estando em uma final, levando o Cruzeiro ao topo”.
Vila do Janauacá
Marília nasceu na pequena Vila do Janauacá, em Manaquiri, no Amazonas. O local fica a mais de 150km de distância de Manaus.
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Mas a distância para Belo Horizonte é muito maior, de aproximadamente 4 mil quilômetros. E três anos antes de fazer o longo percurso até a capital mineira, Marília iniciou a carreira no Iranduba. Pelo time do Amazonas, chegou a ser convocada para a Seleção Brasileira Feminina Sub-17, em 2019. Posteriormente, integrou também a Seleção Sub-20.
Artilheira dos mata-matas
Assim, com a boa sequência da carreira, a atleta passou a despertar a atenção de outros clubes. Claro, entre eles, o Cruzeiro, que vive a expectativa de conquistar o título inédito do Brasileirão Feminino, em 2025. Atualmente Marília tem 32 anos e continua decisiva: fez um gol importante no segundo jogo da semifinal, contra o Palmeiras. E voltou a balançar a rede na primeira partida da decisão, diante do Corinthians.
“Nunca imaginei estar vivendo o que estou vivendo hoje. Amo este clube, estar vivendo isso junto com eles, chegar a uma final, está sendo muito especial na minha carreira. E ainda classificadas para a Libertadores”.
Da Vila do Janauacá a Belo Horizonte. Do Brasil para o mundo. Independentemente de ser ou não campeã brasileira no próximo domingo, Marília já tem uma linda história de vida, que reúne talento, perseverança, superação e dignidade.