Fundado em julho de 2020, o Angel City Football Club nasceu em Los Angeles, nos Estados Unidos, com uma proposta inédita no esporte. A atriz Natalie Portman, a empresária Kara Nortman e a executiva Julie Uhrman idealizaram o clube com o objetivo de promover a igualdade de gênero e fortalecer o Futebol Feminino dentro e fora de campo.
A criação do time surgiu das experiências pessoais das fundadoras durante a Copa do Mundo Feminina de 2019. Kara e Natalie se envolveram com a atmosfera dos jogos e, motivadas pela emoção das arquibancadas, decidiram transformar aquela inspiração em um projeto concreto: a criação de um clube próprio.
Logo depois, elas se uniram a Julie e reuniram um grupo de investidoras e investidores de destaque, entre eles Alexis Ohanian, Serena Williams, Billie Jean King e Eva Longoria, além de outras personalidades. Com o apoio desse coletivo, o Angel City se tornou o primeiro time feminino profissional de Los Angeles.
Estreia e ascensão na NWSL
O clube estreou na NWSL em abril de 2022, diante de mais de 22 mil torcedores no Banc of California Stadium. O momento marcou o início de uma nova era para a liga, com recordes de público e forte engajamento nas redes sociais.
Desde os primeiros meses, o Angel City mostrou competitividade e forte identidade. Em campo, o time conquistou sua primeira classificação aos playoffs em 2023, consolidando seu crescimento rápido na liga. Jogadoras como Christen Press, que recentemente anunciou aposentadoria, ajudaram a fortalecer a imagem do clube e a ampliar a visibilidade do campeonato.
Além disso, a rápida adesão da torcida e o sucesso comercial transformaram o Angel City em referência de gestão esportiva. O clube alcançou índices recordes de venda de ingressos e produtos oficiais, além de firmar contratos de patrocínio com grandes marcas.
Em 2023, registrou a maior receita entre todos os times femininos do mundo e liderou a NWSL em patrocínio e arrecadação total. O público em casa também se destacou, sendo o segundo maior da liga, com média de 19.756 torcedores por jogo.
Estrutura social e gestão feminina
Desde o início, o Angel City adotou um modelo de negócios com impacto social direto. O clube firmou compromisso com seus patrocinadores para investir 10% da receita gerada em projetos locais, em Los Angeles. As iniciativas apoiam a educação de meninas, promovem o acesso ao esporte e financiam programas de inclusão social.
Além disso, a gestão majoritariamente feminina se tornou um dos principais pilares do projeto. Mais da metade dos cargos executivos é ocupada por mulheres, o que reforça o compromisso do clube com a representatividade e a igualdade de oportunidades.
O Angel City também se destaca por campanhas em defesa da equidade salarial e por ampliar a visibilidade das atletas. O clube destina 1% da receita líquida de ingressos de todos os jogos em casa da temporada regular para ser dividido igualmente entre as jogadoras. Assim, reforça a valorização das atletas e mantém um vínculo direto entre desempenho esportivo e reconhecimento financeiro.
A chegada do novo investidor
Em julho de 2024, o Angel City entrou para a história ao ser avaliado em US$ 250 milhões, após a compra do controle majoritário pelo CEO da Disney, Bob Iger, e por sua esposa, Willow Bay. O acordo tornou o clube o mais valioso do Futebol Feminino mundial.
A negociação também incluiu um investimento adicional de US$ 50 milhões, destinado à expansão da marca e ao fortalecimento da estrutura esportiva. A chegada de Iger reforçou o potencial comercial e midiático do Futebol Feminino nos Estados Unidos e elevou o clube a um novo patamar global.
Com apenas quatro anos de existência, o Angel City evoluiu de um projeto idealista para um fenômeno internacional. Hoje, o clube representa gestão moderna, engajamento social e crescimento sustentável, consolidando-se como um dos times mais influentes do mundo.