O Futebol de Areia Feminino cresce a passos largos no Brasil e no mundo, mas ainda enfrenta um obstáculo incômodo: nunca teve uma Copa do Mundo organizada pela FIFA. Enquanto os homens já disputaram 12 edições do torneio, as mulheres seguem sem esse espaço. E é por isso que nasceu o movimento 12-0, liderado pela Beach Soccer Worldwide (BSWW), para reverter o placar desigual.
O que significa 12-0
O nome traduz a diferença gritante: 12 Copas masculinas contra zero femininos. A campanha não é só um número estampado, mas um pedido por igualdade.
O recado é claro: as atletas já provaram que têm nível técnico, público e resultados para merecer um palco global.
Na última Women’s Euro Winners Cup, na Europa, foram 24 clubes de 10 países diferentes, recorde de participação. A cena mostra que o interesse está crescendo, e que o futebol de areia feminino já deixou de ser apenas uma promessa.
Brasil na disputa
O Brasil é um dos países que mais impulsionam essa transformação. A seleção feminina foi criada em 2019 e, logo levantou a taça da Copa Intercontinental Feminina, na Rússia, em 2021. No ano seguinte, venceu a Neom Cup, na Arábia Saudita, e em 2023 voltou ao torneio, ficando com o vice.
Além dos títulos, o país revela jogadoras que ganham projeção internacional.
Adriele Rocha, eleita melhor jogadora do mundo de Futebol de Areia por três vezes consecutivas, é hoje um dos maiores símbolos da modalidade. Milene Magalhães, Bárbara Colodetti e Jasna Nagel também acumulam conquistas e ajudam a consolidar a imagem do Brasil como potência emergente.
Nos clubes, o destaque fica para o São Pedro, do Espírito Santo. Em 2024, o time foi campeão da Supercopa do Brasil e surpreendeu ao conquistar o Mundial de Clubes Feminino, na Sardenha, com a goleira Lelê eleita a melhor do torneio e Sil como artilheira.
Mais do que um Mundial
O movimento 12-0 não fala apenas sobre calendário esportivo. Ele representa melhores condições de treino, visibilidade e a chance de atrair novos patrocinadores. Uma Copa do Mundo feminina significaria abrir portas para novas gerações e dar às atletas a mesma oportunidade de brilhar que os homens já têm há quase duas décadas.
Por enquanto, o placar segue desigual. Mas, com a força de jogadoras, clubes e torcedores, a pressão cresce. E a mensagem é simples: o futebol de areia feminino já está pronto. Falta apenas a FIFA colocar o Mundial na agenda.