A técnica Laura Harvey, do Seattle Reign, contou em entrevista ao podcast Soccerish, que começou a usar o ChatGPT após uma temporada decepcionante em 2024. O time havia terminado apenas na 13ª posição da NWSL, e ela buscava novas ideias para reconstruir a equipe.
“Um dia, durante a pré-temporada, comecei a digitar coisas no ChatGPT como: ‘qual é a identidade do Seattle Reign?’… Depois perguntei: ‘qual formação devo usar para vencer os times da NWSL?’ E ele respondeu com todos os clubes e as formações ideais.
Para dois deles, o ChatGPT sugeriu: ‘você deve jogar com uma linha de cinco defensoras’. Então eu fiz isso, sem brincadeira. Foi por isso que mudei.”
— Laura Harvey, em entrevista ao portal Soccerish.
Como tudo começou
De acordo com Harvey, a ideia de usar o ChatGPT surgiu por curiosidade, enquanto ela analisava os números e relatórios da temporada anterior. Ela queria testar se a ferramenta poderia oferecer uma visão diferente sobre o estilo de jogo do Seattle Reign.
A princípio, ela encarou o experimento de forma leve. No entanto, à medida que as respostas se tornavam mais interessantes, a técnica começou a considerar as sugestões com mais atenção.
“Eu nunca havia usado uma linha de cinco defensoras, mas o ChatGPT me fez enxergar que essa formação poderia ser ofensiva, dependendo de como fosse aplicada”, explicou Harvey.
Além disso, a treinadora destacou que o uso da IA não substitui o olhar humano, mas complementa o trabalho. “Acho que a experiência humana ainda é essencial, mas usar a tecnologia como apoio pode trazer ideias novas. O ChatGPT me fez pensar diferente”, reforçou.
Resultados e impacto no time
A mudança de mentalidade teve efeito imediato. Logo após adotar as novas formações, o Seattle Reign começou a mostrar melhor equilíbrio entre defesa e ataque. O time apresentou maior solidez defensiva, melhor controle de posse e, principalmente, uma recuperação na tabela da NWSL 2025.
Por outro lado, Harvey acredita que o sucesso não veio apenas da tecnologia. O envolvimento das jogadoras, o ambiente de trabalho positivo e a confiança no novo modelo de jogo também foram determinantes para a evolução. Dessa forma, o ChatGPT se tornou uma ferramenta complementar, e não o centro da estratégia.

O futuro da tecnologia no Futebol Feminino
Atualmente, a técnica vê o uso da inteligência artificial como um caminho inevitável para o futebol. Ferramentas como o ChatGPT podem ajudar em planejamento tático, análise de adversários e desenvolvimento individual de atletas.
Além disso, a experiência de Laura Harvey reforça a abertura do Futebol Feminino para a inovação. Assim, ao unir conhecimento técnico, sensibilidade humana e tecnologia, a treinadora mostra que é possível evoluir dentro e fora de campo.
“O ChatGPT não substitui ninguém. Ele apenas oferece um novo ponto de vista. E às vezes, isso é o que precisamos para melhorar”, concluiu Harvey.
