Durante o Outubro Rosa diversas ações são realizadas para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce. Algumas jogadoras do Futebol Feminino já enfrentaram o câncer de mama e voltaram a jogar após o tratamento.
A brasileira Isabel Cristina Nunes, a Bel, que atuou nos anos 1980 e 1990 pelo Internacional e Seleção Brasileira, enfrentou a doença após se aposentar dos gramados. A atleta deixou a profissão aos 35 anos para se dedicar à maternidade, e seis anos depois foi diagnosticada com câncer de mama.
Em entrevista à Federação Gaúcha de Futebol, ressaltou a importância da prevenção.
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“O tumor poderia ser do tamanho de um grãozinho de arroz, e tinha 1,5cm. Faça o exame, a gente acha que nunca vai acontecer. É um tratamento muito agressivo, destrói células cancerígenas, as boas também, mas agora estou bem. Estou treinando e dou aulas de Educação Física”, desabafou na época a jogadora.
Fora do Brasil, outras atletas do Futebol Feminino também passaram pelo desafio de enfrentar a doença.
Em 2019, a zagueira Toni Pressley, do Orlando Pride, foi diagnosticada com câncer de mama. Realizou o tratamento, passou por cirurgia e voltou aos treinos pouco tempo depois. Na época, aos 29 anos, Pressley namorava a jogadora brasileira Marta.
“Quatro semanas pós-operatório, liberada para treinar, sem quimioterapia. Extremamente sortuda e muito agradecida”, disse a jogadora nas redes sociais em 2019.
A ex-goleira Emma Wirkus, da Seleção Australiana, descobriu o câncer de mama de forma inesperada após uma brincadeira com a filha. A atleta explica que sentiu o caroço e foi buscar um especialista. Fora das competições profissionais, a ex-Matilda, como são conhecidas as jogadoras australianas, atua com o Futebol Feminino e Masculino para crianças.
Jen Beattie, ex-zagueira do Arsenal, enfrentou o câncer de mama aos 29 anos. A escocesa passou por cirurgia, tratamento e retornou aos gramados pelo time inglês e também pela Seleção da Escócia.
A inglesa Gillian Coultard também passou pela doença enquanto atuava nos gramados do Futebol Feminino. O diagnóstico veio em 2005, realizou cirurgia para retirada do tumor, pelo tratamento com quimioterapia e radioterapia e voltou à rotina de jogos e treinos.
Especialista alerta para o diagnóstico precoce do câncer de mama
Em entrevista exclusiva ao Campo Delas, do Portal iG, o ginecologista Condesmar Marques explica que o Outubro Rosa é muito importante para a prevenção, pois traz alertas importantes como o autoexame.
“Mais importante que ele é a orientação médica para que, anualmente, faça a mamografia digital ou a mamografia com tomossíntese, que é mais avançada, mais sensível, a partir dos 35 anos”, diz o especialista.
O profissional lembrou também que durante o mês de outubro as prefeituras se mobilizam, há carretas e ônibus fazendo os exames pelas cidades brasileiras.
“Precocemente diagnosticado, nós vemos cura em 90% dos casos. Então, é importante que você faça o exame, procure o ginecologista, e até o médico do clube para as jogadoras, pois a prevenção é o grande termo para todos nós.”
Campanha Outubro Rosa da CBF no Futebol Feminino
No amistoso da Seleção Brasileira contra a Inglaterra, no último sábado (25), uma ação envolvendo as jogadoras, comissão técnica e dirigentes chamou atenção para o tratamento precoce do câncer de mama. Uma tatuagem, com o laço rosa que simboliza a campanha anual do Outubro Rosa, foi aplicada em todos os participantes antes do início da partida.
Dados sobre o Câncer da Mama no Brasil
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o que mais mata mulheres no Brasil. Para 2025, são estimados 73.610 novos casos. Apesar dos dados alarmentes, entre 2020 e 2023 o INCA apontou uma redução da mortalidade entre mulheres na faixa entre 40 e 49 anos.
Um relatório divulgado no início do mês de outubro mostra que o Sudeste é a região com maior incidência da doença. Já a região com mais mortalidade em relação à doença é o estado de Roraima, na região Norte.
