A última semana foi marcada por uma triste coincidência no Futebol Feminino Europeu. Maite Oroz (Tottenham), Sophie Roman Haug (Liverpool) e Lena Oberdorf (Bayern de Munique) sofreram a mesma lesão: ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho. As três passarão por cirurgia nas próximas semanas e devem ficar afastadas dos gramados por vários meses.
Lesões em sequência preocupam clubes e torcedores
No Tottenham, Maite Oroz se machucou durante a vitória por 3 a 0 sobre o Birmingham, pela Copa da Liga Inglesa. Os exames confirmaram a ruptura do LCA do joelho direito, a segunda da carreira da espanhola. Ela já havia enfrentado o mesmo problema no joelho esquerdo em 2018, quando atuava pelo Athletic Club.
No Liverpool, o anúncio da lesão de Sophie Roman Haug veio no dia 21 de outubro, após a atacante se machucar na partida contra o Durham, também pela Copa da Liga. A jogadora de 26 anos será operada em breve e iniciará a reabilitação no centro de treinamento do clube. O caso se soma ao de Marie Höbinger, colega de equipe que rompeu o mesmo ligamento no início desse mês.
Já no Bayern de Munique, Lena Oberdorf sofreu nova ruptura do LCA do joelho direito no duelo contra o Colônia, no último domingo, 19 de outubro. A alemã havia voltado aos gramados há pouco tempo, depois de uma lesão idêntica há cerca de 15 meses, que a deixou fora das Olimpíadas de 2024.
Um padrão que assusta e se repete
A ruptura do ligamento cruzado anterior é uma das lesões mais temidas no futebol. No caso das mulheres, também uma das mais frequentes. Estudos apontam que jogadoras têm até seis vezes mais chances de romper o LCA em comparação com atletas homens.
A explicação envolve uma combinação de fatores. Vão desde motivos anatômicos, hormonais e biomecânicos, até as diferenças na carga de treinamento. Além das questões externas, como o desenho dos gramados e chuteiras, muitas vezes pensados para o Futebol Masculino.
Recuperação longa e desafiadora
A cirurgia é apenas o primeiro passo. A reabilitação completa pode levar de seis a nove meses. Em alguns caso até mais tempo, exigindo acompanhamento constante e adaptação gradual ao ritmo de jogo.
Por isso, cada nova lesão de LCA reacende o debate sobre prevenção, acompanhamento médico especializado e a necessidade de pesquisas mais voltadas ao corpo e às demandas do Futebol Feminino.
A própria FIFA tem financiado estudos que possam auxiliar no processo de prevenção e tratamento das tão temidas lesões. Em parceria com a Universidade de Kingston investiga se as flutuações hormonais durante os ciclos menstruais podem estar contribuindo para o aumento das lesões no joelho que ameaçam a carreira de diversas jogadoras anualmente.