Hannah Hampton, goleira da Inglaterra e heroína do título da Euro Feminina 2025, revelou um detalhe familiar de partir o coração durante entrevista a um programa de TV britânico.
As duas defesas de Hannah na disputa de pênaltis na final contra a Espanha coroaram uma Euro brilhante para a goleira do Chelsea. A jogadora de 24 anos foi eleita a melhor em campo. Entretanto, depois do jogo, ela contou, em suas redes sociais, que jogou com o emocional muito abalado. Isso porque o avô de Hannah morreu antes de testemunhar a neta realizar o sonho que ambos compartilhavam: vê-la jogando pela Inglaterra em um grande torneio.
Veja a tradução
A postagem no Instagram mostrava uma foto da camisa da Inglaterra com a palavra “grandpa” (vovô) impressa na gola. Hannah escreveu:
“Querido vovô,
Dois dias antes do maior torneio da minha vida, você se foi. Ainda não parece real. Continuo pensando que, quando eu ligasse para a vovó, ouviria sua voz de novo — uma das suas piadas, ou um daqueles comentários curtos que, de alguma forma, diziam tudo sem dizer quase nada.
Você foi um dos meus maiores apoiadores. Acreditava em mim antes mesmo de eu saber como seria essa jornada. Sempre esteve lá: assistindo, incentivando, ensinando. Você me ensinou tanto, não só sobre futebol, mas sobre a vida. A manter os pés no chão, trabalhar duro, ser resiliente e fazer as coisas do jeito certo.
Sinto falta das nossas conversas. Sinto falta de você dizendo: ‘só nós atletas entendemos’ — sempre com um sorrisinho, como se estivesse por dentro de algo especial. E estava mesmo. Você entendia. Sabia o quanto isso significava pra mim. Sabia o que era preciso para chegar até aqui.”
Heroína nos pênaltis
Hannah deu sua primeira entrevista ao vivo na TV desde o título. Ela relatou como foi defender os dois pênaltis decisivos na final e também falou sobre as batalhas que enfrentou até chegar ali.
“Às vezes, eu digo que não gosto, e às vezes que amo. Acho que nas duas disputas de pênaltis que tivemos, provavelmente eu não gostei. Nós dificultamos pra nós mesmas, sejamos honestos.
Pensei: preciso fazer minha parte pelo time e defender algumas bolas, mas a primeira, contra a Suécia, parecia que não ia acabar nunca — provavelmente demos, à metade da nação, um ataque do coração.”
Ela falou também sobre como as lembranças de seu avô serviram como um “empurrãozinho a mais” no torneio.
“Lembro de falar com ele tantas vezes sobre o que queríamos conquistar como grupo, e o quanto ele estava orgulhoso.
O tempo todo ele queria ir aos meus jogos ou assistir pela TV. Ligava logo depois. Foi difícil no começo. As meninas me ajudaram muito a superar, e era difícil depois dos jogos, quando eu queria ligar pra casa e não podia mais ouvir a voz dele.
“Minha intenção nunca foi expor isso por piedade. As pessoas não percebem o que acontece na vida dos outros; então, eu não quero que continuem com comentários abusivos, de ódio.
Você nunca sabe se a pessoa já está num momento difícil, e esse combustível extra não vai ajudar. As pessoas têm direito à opinião, não me entenda mal, mas há formas melhores de expressá-las.”
Copa do Mundo no Brasil
Ao final da entrevista, o entrevistador perguntou a ela: “O que vem agora?”. Hannah respondeu:
“Precisamos trazer o futebol para casa de verdade, e essa Copa do Mundo no Brasil vai ser incrível. Tenho fé de que podemos vencer, e tenho certeza de que a nação inteira também acredita depois do que aconteceu no fim de semana. Vamos dar o nosso melhor, com certeza!”
Desafiou prognósticos
Hannah Hampton chamou a atenção durante o torneio em função de um problema de saúde. No início da carreira, ela foi diagnosticada com uma disfunção ocular severa – um estrabismo que compromete sua percepção de profundidade.
Mesmo com tantas dificuldades, a goleira se superou e se tornou a nova heroína da Inglaterra.