A arqueira italiana Laura Giuliani recebeu o prêmio de “Melhor Jogadora” na 3ª edição do Troféu Italo Galbiati. A homenagem celebra sua trajetória esportiva e o impacto que exerce no fortalecimento do futebol feminino na Itália.
A premiação é organizada pelo Cimiano Calcio, clube de Milão conhecido por ações sociais, em parceria com a Associação CAF. O troféu leva o nome de Italo Galbiati, treinador reconhecido por revelar talentos e que faleceu em 2023.
Quem é Laura Giuliani
Nascida em Milão em 5 de junho de 1993, Laura Giuliani construiu uma carreira sólida na Itália e na Alemanha. Ela passou pelas categorias de base, atuou no Como 2000 e defendeu clubes da Bundesliga feminina, como Gütersloh, Herforder, Köln e Freiburg.
Depois disso, retornou ao futebol italiano para vestir a camisa da Juventus. No clube, conquistou quatro Scudettos seguidos, além da Coppa Itália e da Supercopa Italiana. Desde 2021, representa o AC Milan e renovou contrato até 2026.

Além de suas conquistas por clubes, Giuliani se consolidou na seleção italiana. Ela disputou Eurocopas e Copas do Mundo, somando mais de 100 atuações pela Azzurra. No Milan, atua como uma líder experiente. O clube destaca seu reflexo rápido, o bom posicionamento e a força mental, qualidades que ajudam tanto nas defesas quanto na orientação das jovens jogadoras. Segundo dados do FootyStats, Giuliani registra média de 1,4 gols sofridos por 90 minutos, mostrando consistência mesmo em cenários de alta pressão.
Receber o Troféu Italo Galbiati representa mais do que um destaque individual. O prêmio reconhece sua carreira dentro e fora de campo e reforça o papel inspirador da goleira para novas atletas. Sua visibilidade contribui para valorizar uma posição estratégica no desenvolvimento do futebol feminino italiano.
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A voz jovem e inspiradora: Nadine Sorelli
A 3ª edição do evento também destacou Nadine Sorelli, zagueira do Milan e capitã da seleção italiana Sub-23. Aos 20 anos, ela participou do painel “Esporte é um estilo de vida” durante a conferência “Mulheres no Topo”, realizada em Milão. Sorelli integra a base do Milan desde 2020 e conquistou títulos como a Viareggio Women’s Cup e o Scudetto Primavera, ambos como capitã. Promovida ao time principal em 2024/25, chamou atenção pela liderança e pela maturidade dentro e fora de campo.

Durante o painel, a jogadora comentou sobre a rotina entre estudos e esporte. Ela contou que sempre seguiu suas paixões e que aprendeu a lidar com desafios desde cedo. Sorelli relembrou o período em que atuou em equipes masculinas:
“Quando eu tinha 6 ou 7 anos e jogava num time masculino, sentia olhares e comentários julgadores, mas isso nunca me abalou. Usei tudo como motivação para provar que pertencia ali como qualquer um deles.”
A zagueira ressaltou ainda que o esporte pode servir como ferramenta de empoderamento para meninas que enfrentam discriminação. Por isso, incentiva jovens atletas a investir na carreira esportiva sem abandonar os estudos. Ao lado do técnico da seleção italiana, Andrea Soncin, reforçou a importância de referências jovens para o futuro do futebol feminino. Para ela, novas gerações precisam de modelos que mostrem que paixão e persistência podem abrir caminhos, mesmo em ambientes que ainda carregam estereótipos.
Importância do Troféu Italo Galbiati
O Troféu Italo Galbiati possui forte valor simbólico. Ele homenageia um treinador que dedicou a carreira à formação de novos talentos e cria um elo entre diferentes gerações do futebol feminino italiano. Ao premiar figuras consolidadas, como Giuliani, e dar espaço a vozes emergentes, como Sorelli, o evento reforça que o esporte oferece oportunidades para atletas de todas as idades e perfis.
Além disso, a iniciativa promovida pelo Cimiano Calcio e pela Associação CAF amplia o debate sobre igualdade de gênero, educação e liderança esportiva. A premiação mostra que o futebol vai além das quatro linhas. Ele inspira, transforma e ajuda a construir modelos positivos para meninas que sonham em chegar ao topo.
