O Instituto Brasileiro de Futebol Feminino (IBFF) publicou, nesta terça-feira (11), um comunicado oficial devido à fala machista do técnico Ramón Díaz, que gerou grande repercussão no cenário esportivo. O treinador, durante uma entrevista coletiva, fez comentários desrespeitosos, provocando reações de atletas, torcedoras e entidades ligadas à modalidade.
O IBFF, no entanto, demorou alguns dias para se manifestar. O posicionamento, reforça a necessidade de ações concretas e estruturais para combater o machismo e ampliar a presença feminina no esporte.
“Visibilidade não é concessão”
No texto, o Instituto destacou que o futebol feminino vive um momento de expansão e transformação no Brasil e no mundo.
A nota afirma que as mulheres estão cada vez mais presentes em campo, na gestão, na formação de atletas e na liderança esportiva, não como coadjuvantes, mas como protagonistas.
“A visibilidade não é concessão, é consequência da competência, da entrega e da legitimidade de quem constrói o futebol de forma ética, profissional e com propósito”, destacou o comunicado.
O IBFF ainda reforçou seu compromisso em derrubar os muros da invisibilidade e criar oportunidades por meio de educação, parcerias e desenvolvimento de lideranças femininas.
Episódios que devem gerar reflexão
Citando diretamente o conteúdo da fala de Ramón Díaz, o Instituto classificou o episódio como um alerta e uma oportunidade de reflexão, e não como retrocesso.
“Episódios como o recentemente envolvendo o treinador Ramón Díaz […] não nos intimidam. Devem servir como alerta e reflexão”, pontuou o texto.
O comunicado ressalta que ética, conhecimento e profissionalismo são as melhores respostas diante de manifestações preconceituosas e comportamentos machistas que ainda resistem no futebol.
Contexto e reações
Em contrapartida, a fala de Ramón Díaz reacendeu o debate sobre respeito e reconhecimento no Brasil. Entidades, jornalistas e torcedoras cobraram posicionamento de clubes e federações diante do ocorrido.
Enquanto alguns órgãos se manifestaram rapidamente, o IBFF optou por uma resposta mais institucional e analítica, reforçando a necessidade de construir uma mudança sustentável, e não apenas reagir a casos pontuais.
Compromisso contínuo
O Instituto encerra a nota lembrando que o avanço do futebol feminino é resultado de um movimento coletivo e global, e reafirma que seguirá atuando como “agente propulsor dessa mudança”.
“Seguimos firmes, unindo forças para que o presente e o futuro do futebol feminino sejam marcados por oportunidades, dignidade e legado”, conclui o texto.
Por fim, a manifestação do IBFF ocorre em um momento crucial para o debate sobre representatividade institucional no futebol brasileiro. Embora o posicionamento tenha chegado tardiamente, o tom do comunicado reflete um esforço de fortalecer o discurso pela igualdade de gênero e consolidar o futebol feminino como parte central do ecossistema esportivo — e não apenas uma vertente paralela.
