O Futebol Feminino brasileiro vem evoluindo não só dentro de campo, mas também fora dele. E exemplos disso estão surgindo cada vez mais entre as próprias jogadoras. Nesta semana, Tamires, Érika e Paulinha, atletas do Corinthians, concluíram o Curso de Gestão de Futebol Feminino oferecido pela FPF Academia, iniciativa da Federação Paulista de Futebol voltada à formação e capacitação de profissionais da modalidade.
O que representa essa formação para o Futebol Feminino?
O curso da FPF Academia tem ganhado relevância por reunir atletas, ex-atletas e profissionais interessados em atuar na gestão da modalidade. Ele aborda temas essenciais como:
- organização de departamentos femininos,
- planejamento de temporada,
- estruturação de categorias,
- regulamentos e modelo de competições,
- marketing, comunicação e captação de investimentos,
- políticas de desenvolvimento e liderança.
Para muitas jogadoras, essa formação representa um caminho natural para o pós-carreira e, ao mesmo tempo, um movimento de fortalecimento interno dos clubes, já que atletas em atividade também podem influenciar processos e decisões a partir de uma visão mais ampla da modalidade.
Por que tem tanta jogadora buscando capacitação?
Nos últimos anos, a profissionalização do futebol feminino no Brasil avançou rapidamente. Com aumento do calendário, criação de torneios de base, estabilidade em transmissões, e chegada de mais patrocinadores, o cenário exige cada vez mais profissionais preparados para trabalhar na modalidade — inclusive mulheres em posições de liderança.
Movimentos como o de Tamires, Érika e Paulinha mostram o nascimento de uma geração que não quer apenas jogar: quer participar da construção do futuro do Futebol Feminino.
Atletas como referência dentro e fora de campo
A presença de jogadoras de alto nível em cursos de gestão reforça um ponto importante: lideranças femininas precisam ocupar espaços de decisão.
Tamires, multicampeã pelo Corinthians e pela Seleção, já expressou algumas vezes o desejo de seguir no futebol após a aposentadoria. Érika, referência defensiva no país, também tem histórico de engajamento em temas de estrutura e desenvolvimento. Paulinha, mais jovem, representa a nova geração que já busca formação desde cedo.
Além disso, a participação delas reforça que a modalidade está em um momento raro: atletas que construíram a história recente do futebol feminino agora começam a se preparar para influenciar também o futuro dos bastidores.
A importância do curso da FPF Academia
Nos últimos anos, a FPF tem investido em programas de formação voltados especificamente ao Futebol Feminino, algo que ainda é raro no país. O curso concluído pelas atletas já teve outras edições com participação de dirigentes, profissionais de comissão técnica e ex-jogadoras.
A proposta é simples e necessária: estruturar a modalidade com gente preparada.
E quem melhor para participar desse processo do que quem vive o futebol todos os dias?
A capacitação das jogadoras do Corinthians se soma a uma tendência global: em países como Inglaterra, EUA e Espanha, são muitas as atletas que buscam cursos em gestão, coordenação, administração esportiva ou licenças de treinadora.
Além disso, esse movimento fortalece a modalidade por dois motivos: Garante que o Futebol Feminino tenha lideranças com experiência prática e cria espaço para mulheres ocuparem postos de direção, algo que ainda é minoria no Brasil.
