Você faz ideia do motivo de “Guerreiras Grenás” ser o apelido das jogadoras e do time da Ferroviária? Se sua resposta for não, não preocupe. O Campo Delas traz, em duas reportagens, um especial sobre a origem desta denominação da equipe feminina de Araraquara.
A história começa em 2010 e chega a 2025, quando o clube lançou a mascote inspirada na alcunha.
Nesta primeira parte, vamos voltar aos primórdios desse fato que envolve paixão e trabalho.
Como e quando começou?
O dia 11 de setembro de 2010 foi o marco zero disso tudo, em uma partida do Campeonato Paulista entre Ferroviária e Santos, em Araraquara.
Três dos jornalistas que acompanhavam o dia a dia do clube estavam nessa partida: Carlos André de Souza, do jornal O Imparcial, Marcos Chiochinni, da equipe de rádio Os Campeões da Bola, e Felipe Santilho, do jornal Tribuna Impressa.
São eles, assim, os ”culpados” pelo apelido que pegou entre os torcedores.

A criação de “Guerreiras Grenás”
O Santos era o clube que mais investia e que tinha o melhor time de futebol feminino naquela época. As Sereias da Vila chegaram para a partida com 18 vitórias em 18 confrontos.
O jogo era muito difícil para o time afeano, que passava por algumas dificuldades estruturais. Mesmo com problemas, o elenco da Ferroviária bateu de frente com as adversárias.
O jornalista Carlos André de Souza compartilhou suas lembranças daquele dia.
“Lembro que éramos somente nós três que cobríamos o time, ou seja, as notícias do futebol feminino só saíam no Campeões da Bola, Tribuna Impressa e O Imparcial. Estávamos nós três em uma cabine, batendo papo, enquanto trabalhávamos na cobertura. Lembro que partiu do Felipe a ideia (do apelido). Justamente pelo fato do Santos ter o apelido de Sereias da Vila, ele falou que poderíamos criar um apelido assim para a Ferroviária”, lembrou em entrevista ao Campo Delas.
A definição do apelido e como ele começou a ser espalhado
A escolha aconteceu após alguns nomes passarem pela cabeça dos setoristas. “Guerreiras da Arena” e “Guerreiras da Fonte” foram os primeiros cogitados.
Outro idealizador, o jornalista Felipe Santilho, explicou como foi escolhido o “Guerreiras Grenás”.
“O “Guerreiras” logicamente era uma homenagem ao desempenho sempre muito valente das meninas. Logo depois surgiu a ideia de Guerreiras Grenás por conta das cores do time. Não falamos pra ninguém e combinamos de no dia seguinte começar a usar nos dois jornais e na principal rádio. Pronto, pegou”, lembrou.
O resultado e o pós jogo
A partida terminou empatada em 2 a 2, com a Ferroviária jogando melhor e o então técnico da equipe, Paulinho Taiúva, lamentando o empate.
Mas se não foi como ele esperava, a cidade conhecia ali um novo apelido que não só estampou a capa e as manchetes dos jornais de Carlos André de Souza e Felipe Santilho, mas também começou a ser utilizado nos programas da rádio de Marcos Chiochinni.
“A Ferroviária naquele dia deu um nó no Santos. Foi bem marcante aquele jogo. E a partir daí nós começamos a chamá-las de Guerreiras. O apelido pegou tanto, que o próprio clube começou a usar e é algo que se mantém até hoje”, declarou Marcos Chiochinni.
O apelido foi o primeiro passo para algo muito maior que viria anos depois.
Em 2025, a Ferroviária tirou do papel um projeto que vinha sendo desenhado desde 2020: a materialização da mascote.
Você vai acompanhar a segunda parte desta história na reportagem deste domingo (6) do Campo Delas.