A presença das arquibancadas durante as partidas do Flamengo comprovam que a modalidade feminina ganha cada vez mais o coração dos rubro-negros. Nos últimos anos, o interesse pelas Meninas da Gávea tem crescido dentro e fora dos estádios, impulsionado pelo desempenho em campo, pela maior visibilidade do time e pelo engajamento de uma torcida apaixonada, conhecida por ser uma das maiores do país.
O Estádio Luso-Brasileiro, a casa das Meninas da Gávea tem capacidade para 5.500 torcedores e nos jogos do campeonato em 2025, o clube tem adotado uma boa ideia: abrir os portões para que os torcedores marquem presença. Em clássicos e confrontos decisivos, o apoio da Nação se fez ainda mais presente, criando um ambiente de incentivo e pressão para as adversárias.
“O Brasil têm uma grande arma nas mãos para cada vez mais valorizar e investir no futebol feminino com a chegada da Copa do Mundo que será sediada aqui”, afirmou Bruna Maia, torcedora do time carioca.
“Antes era praticamente invisível, agora pelo menos a gente vê um ou outro jogo na TV, uns gols passando no Fantástico (isso me marcou muito inclusive). Ainda é bem tímido, mas já é alguma coisa”, confessou Clara Quintanilha, também torcedora do Flamengo.
Essa é uma confirmação de que os adeptos continuam em busca de se envolver mais com o futebol feminino. Arquibancadas cheias, bom clima, acesso gratuito e público engajado, o torcedor se anima com jogadoras importantes no cenário internacional, como Cristiane, que lançou o convite diretamente aos torcedores. O ambiente reflete o momento histórico de crescimento do futebol feminino do Flamengo.
“Para mim, a torcida é a alma da parada! Não só no futebol, mas em qualquer esporte. É ela que dá vida, que cria aquela atmosfera única, sabe? Somos o 12° jogador em campo. É essencial principalmente num campeonato importante como o Brasileirão”, ressalta Clara sobre a importância do grito das arquibancadas.
“Além de proporcionar espetáculos incríveis. O futebol movimenta e cresce todo dia, com certeza, por causa da paixão do torcedor. E no Campeonato Brasileiro não é diferente, acho que poder jogar na frente da sua torcida dá um gás a mais em qualquer esportista”, Bruna fala sobre como o público, acrescenta ainda mais brilho na relação do torcedor com o futebol.
Efeito Rosana: solidez defensiva impulsiona Flamengo na temporada
Laysa: talento, gols e protagonismo no Flamengo
“Sinceramente? Ainda falta muito. Melhorou um pouco, mas a diferença pro masculino é gritante. Desde salário, estrutura, horário dos jogos, transmissão… tudo ainda muito desigual. Parece que o futebol feminino tem que ficar provando o tempo todo que merece estar ali, sabe? E isso cansa. O clube e a imprensa precisam parar de tratar como “extra” e começar a tratar como parte essencial do esporte. Elas tão jogando bola, fazendo história e representando o time igualzinho aos outros”, expressou Clara sobre a forma como o futebol feminino é retratado no país.
“O fato dos clubes serem obrigados a ter um time feminino e investirem nisso já é uma evolução que há pouco tempo não existia. Acho que o crescimento também das mulheres mas mídias e no jornalismo ajuda a trazer pautas importantes e sociais. Acho que a representatividade tanto na imprensa quanto nos clubes tem sido cada vez maior, e que isso abra espaço para continuar a crescer”, ressalta Bruna ao falar do papel das mulheres no avanço visto.
A chegada da técnica Rosana Augusto, o bom desempenho na temporada e a presença de atletas de peso, como Cristiane, ajudam a impulsionar a visibilidade da equipe. Não se pode esquecer que, durante décadas, o futebol feminino brasileiro foi vítima de esquecimento e invisibilidade. Apesar da paixão da torcida rubro-negra, a modalidade sempre enfrentou a dura realidade da falta de investimento, da escassa cobertura midiática e da circulação limitada de informações sobre atletas e competições.
Ainda assim, quando é oportuno, as jogadoras seguem sendo cobradas como se tivessem as mesmas estruturas e oportunidades do futebol masculino. É nesse contexto desigual que o crescimento do interesse do público e o engajamento das torcedoras representam um passo fundamental para romper o ciclo de invisibilidade e pressionar por mudanças concretas.

“Por gostar tanto do espetáculo que as torcidas fazem, fico hipnotizada e encantada com a forma que as pessoas se comportam e expressam seu amor dentro dos estádios. Para quem gosta do esporte, não tem como ir a um bom jogo, experienciar uma grande torcida, e não voltar para casa mudado e impactado”, disse Bruna sobre a experiência de frequentar estádios e ver o efeito da arquibancada.
“Falta constância, falta destaque. Parece que só divulgam quando dá retorno rápido, e isso acaba desmotivando quem realmente quer estar por dentro e apoiar o time como um todo. Acho que dava pra explorar bem mais esse lado, porque tem muita coisa legal rolando que o torcedor nem fica sabendo. O Flamengo é gigante e precisa ser mais acessível”, disse Clara sobre como um clube com a grandeza do rubro-negro não deve deixar passar oportunidades de dar visibilidade as suas atletas.
Agora, o time feminino do Flamengo vive um momento decisivo no Campeonato Brasileiro A1.Enfrentar o Palmeiras, nas quartas de final, nos dias 10 e 17 de agosto terá um gosto especial com o apoio da torcida em um dos jogos. O time, que já está entre os cinco melhores da competição, agora conta ainda mais com a energia da torcida para que possa ir mais longe no Brasileirão.
Entre em nossa página e veja as principais notícias do esporte no Brasil e no mundo.